Fontes sociais do conhecimento físico: uma investigação com professores graduados em ciências biológicas
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v45i0.21311Palavras-chave:
Ensino de Física, Ensino de Ciências, Saberes docentes, Fontes de conhecimento, Ensino FundamentalResumo
Este artigo teve por objetivo ampliar a compreensão sobre a formação e os saberes dos professores de Ciências com relação ao conhecimento físico a partir dos sentidos atribuídos por eles às suas experiências formativas e da identificação das fontes sociais do seu conhecimento. Para isso, foi desenvolvida uma investigação narrativa com quatro professores de Ciências dos anos finais do Ensino Fundamental de escolas públicas de um município mineiro. A interpretação das narrativas aponta que os professores de Ciências participantes da pesquisa tiveram acesso a uma série de fontes sociais para a construção dos conhecimentos físicos utilizados em sua prática docente, sendo apontadas como mais significantes a formação escolar antes da graduação, a formação profissional continuada, as “ferramentas” de ensino e a experiência profissional. Os resultados apontam que há fragilidades na formação profissional inicial docente para o ensino de Física no Ensino Fundamental em Cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas. Entretanto, as outras fontes sociais citadas também possuem fragilidades. Por isso, aponta-se neste estudo a importância da formação continuada para suprir a carência de conhecimentos físicos e o desenvolvimento da reflexão crítica de professores de Ciências para atuarem como atores sociais.
Downloads
Referências
BASTOS, F.; NARDI, R. Debates recentes sobre formação de professores: considerações sobre contribuições da pesquisa acadêmica. In: BASTOS, F.; NARDI, R. (org.). Formação de professores e práticas pedagógicas no ensino de ciências: contribuições da pesquisa na área. São Paulo: Escrituras Editora, 2008. p. 13-32. E-book.
BERNSTEIN, B. Pedagogy, symbolic control and identity: theory, research, critique. London: Washington: Taylor & Francis, 1996.
BOLZAN, D. P. V.; POLWACZUK, A. C. H. Processos formativos nas licenciaturas: desafios da e na docência. Roteiro, Joaçaba, v. 42, n. 1, p. 107-132, 2017. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/11550/pdf. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.18593/r.v42i1.11550
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a Base. Brasília, DF: MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/12/BNCC_19dez2018_site.pdf. Acesso em: 23 mar. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais, ensino de quinta a oitava séries. Brasília, DF: 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencias.pdf. Acesso em: 23 mar. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 1.301/2001. Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Biológicas. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 25, 7 dez. 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1301.pdf. Acesso em: 14 nov. 2014.
CARNEIRO, M. H. S.; GASTAL, M. L. História e filosofia das ciências no ensino de biologia. Ciência & Educação, Bauru, v. 11, n. 1, p. 33-39, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v11n1/03.pdf. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-73132005000100003
CICILLINI, G. A. Conhecimento científico e conhecimento escolar: aproximações e distanciamentos. In: CICILLINI, G. A.; NOGUEIRA, S. V. (org.). Educação escolar: políticas, saberes e práticas pedagógicas. Uberlândia: EDUFU, 2002. p. 37-66.
CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Pesquisa narrativa: experiência e história em pesquisa qualitativa. 2. ed. Tradução: Grupo de Pesquisa Narrativa e Educação de Professores ILEEL/UFU. Uberlândia: EDUFU, 2015. DOI: https://doi.org/10.14393/EDUFU-978-85-7078-279-3
CUNHA, A. M. O.; KRASILCHIK, M. A formação continuada de professores de Ciências: percepções a partir de uma experiência. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 23., 2000, Caxambu. Anais [...] Caxambu: ANPED, 2000. p. 1-14. Disponível em: http://23reuniao.anped.org.br/textos/0812t.PDF. Acesso em: 29 maio 2018.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de ciências: fundamentos e métodos. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
DEWEY, J. Experiência e educação. Tradução: Anísio Teixeira. 2. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1976.
DEWEY, J. Vida e educação. 10. ed. Tradução e estudo preliminar: Anísio Teixeira. São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Material Escolar, 1978.
DÍAZ, O. R. T. A atualidade do livro didático como recurso curricular. Linhas Críticas, Brasília, DF, v. 17, n. 34, p. 609-624, 2011. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=193522070010. Acesso em: 10 jun. 2019. DOI: https://doi.org/10.26512/lc.v17i34.3832
DOMINGO, J. C. Tener historias que contar: profundizar narrativamente la educación. Roteiro, Joaçaba, v. 41, n. 1, p. 15-40, 2016. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/9259/pdf. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.18593/r.v41i1.9259
FARIA, A. L. G. Ideologia no livro didático. São Paulo: Atlas, 2000.
FIORESE, J. Z.; DELIZOICOV, N. C. Livros didáticos de biologia e a história da ciência. Roteiro, Joaçaba, v. 40, n. 1, p. 101-126, 2015. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/5889/3875. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.18593/r.v40i1.5889
GÜLLICH, R. I. C.; SILVA, L. H. A. O enredo da experimentação no livro didático: conhecimentos ou reprodução de teorias e verdades científicas? Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 15, n. 2, p. 155-167, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epec/v15n2/1983-2117-epec-15-02-00155.pdf. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-21172013150210
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Estudo exploratório sobre o professor brasileiro com base nos resultados do Censo Escolar da Educação Básica 2007. Brasília, DF: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/estudoprofessor.pdf. Acesso em 23 mar. 2019.
KENSKI, V. M. Tecnologias e tempo docente. Campinas: Papirus, 2013.
LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MARIANI, F.; MONTEIRO, F. M. A. A pesquisa narrativa na formação de professores: aproximações que se potencializam. Roteiro, Joaçaba, v. 41, n. 1, p. 109-134, 2016. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/8878/pdf. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.18593/r.v41i1.8878
MARQUES, N. L. R.; ARAÚJO, I. S.; VEIT, E. A. Formação e prática docente: uma pesquisa sobre dificuldades e atitudes de professores de Ciências do nível fundamental no ensino de Física. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 15., 2014, Maresias, SP. Anais [...] Maresias, SP: SBF, 2014. p. 1-8. Disponível em: http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/xv/sys/resumos/T0090-1.pdf. Acesso em: 10 abr. 2016.
MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cutrix, 1996.
MELO, M. G. A.; CAMPOS, J. S.; ALMEIDA, W. S. Dificuldades enfrentadas por professores de Ciências para ensinar Física no Ensino Fundamental. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 8, n. 4, p. 241-251, 2015. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/2780. Acesso em: 29 maio 2018. DOI: https://doi.org/10.3895/rbect.v8n4.2780
MIZUKAMI, A. G. N. et al. Escola e aprendizagem da docência: processos de investigação e formação. São Carlos: EdUFSCar, 2002.
MORAES, M. C. O paradigma educacional emergente. 16. ed. Campinas: Papirus, 1997.
MORÁN, J. M. Internet no ensino. Comunicação & Educação, São Paulo, v. 14, p. 17-26, 1999. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36839. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v0i14p17-26
MOSCOSO, J. N.; TARDIF, M. A noção de “profissional reflexivo” na educação: atualidade, usos e limites. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 48, n. 168, p. 388-411, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v48n168/pt_1980-5314-cp-48-168-388.pdf. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/198053145271
PAGANOTTI, A.; DICKMAN, A. G. Caracterizando o professor de Ciências: quem ensina tópicos de Física no Ensino Fundamental? In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 8., 2011, Campinas. Atas [...] Campinas: UFRJ, 2011. p. 1-11. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R0793-2.pdf. Acesso em: 23 mar. 2019.
PESSOA, R. R. O livro didático na perspectiva da formação de professores. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, v. 48, n. 1, p. 53-69, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tla/v48n1/05.pdf. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-18132009000100005
ROSA, L. S. Os desafios da formação de professores de Ciências para o Ensino Fundamental. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências) – Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências da Universidade Federal de Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul, 2015.
SANTOMÉ, J. T. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Tradução: Cláudia Schilling. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul, 1998.
SATO, L.; MAGALHÃES JÚNIOR, C. A. O. Investigação das dificuldades dos professores de Ciências com relação à prática de ensino por meio da experimentação. Educere: Revista da Educação, Umuarama, v. 6, n. 1, p. 35-47, 2006. Disponível em: http://www.revistas.unipar.br/index.php/educere/article/viewFile/157/131. Acesso em: 21 abr. 2019.
SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 40, p. 143-155, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v14n40/v14n40a12.pdf. Acesso em: 3 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782009000100012
SILVA, R. C. et al. Um higrômetro de vagem e a Física no Ensino Fundamental. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 242-252, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6624/6122. Acesso em: 29 maio 2018.
SILVA, A. F.; PEREIRA, J. H. V. Internet, diversidade cultural e formação de professores: o papel do ambiente como espaço educativo para o respeito às diferenças. Revista Eletrônica Pesquiseduca, Santos, v. 4, n. 7, p. 126-142, 2012. Disponível em: http://periodicos.unisantos.br/index.php/pesquiseduca/article/view/175. Acesso em: 23 maio 2019.
SILVA, A. L. S.; SANTOS, S. M. Um curso de Física para professores de Ciências Naturais do Ensino Fundamental. Cadernos da Pedagogia, São Carlos, v. 10, n. 20, p. 43-50, 2017. Disponível em: http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/view/992/343. Acesso em: 29 maio 2018.
SOUZA, P. H. R.; ROCHA, M. B. Análise da linguagem de textos de divulgação científica em livros didáticos: contribuições para o ensino de biologia. Ciência & Educação, Bauru, v. 23, n. 2, p. 321-340, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v23n2/1516-7313-ciedu-23-02-0321.pdf. Acesso em: 23 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1516-731320170020003
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. 2. ed. Tradução: João Batista Kreuch. Petrópolis: Vozes, 2005.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Declaração de Direito Autoral
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons – Atribuição – 4.0 Internacional.