Qual a origem do saber do auxiliar de classe? Estudo sobre o não lugar profissional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18593/r.v48.32247

Palavras-chave:

Auxiliares de classe;, Saberes;, Não lugar profissional.

Resumo

Esta pesquisa objetivou conhecer qual a origem dos saberes mobilizados pelas pessoas que exercem a função de auxiliar de classe[1] e a influência destes na construção do “não lugar” profissional. Trata-se de uma investigação qualitativa, exploratória realizada nos municípios de Itapetinga e Amargosa, na Bahia, com pessoas que atuam nas turmas de Educação Infantil como auxiliar de classe. Foram realizadas no ano de 2020 entrevistas via plataformas digitais com sete colaboradores. Constatou-se que várias são as fontes da origem dos saberes dos auxiliares, sendo as histórias de vida, as experiências pessoais e cotidianas, a formação acadêmico-profissional e a própria prática laboral. Também que o binômio cuidar-educar é de responsabilidade do professor, legitimado historicamente e legalmente e que há muitas diferenças na função de professor e auxiliar. Assim, tudo isso tem apontado para a construção de um “não lugar” profissional dos auxiliares de classe.

 

[1] Optamos por utilizar a nomenclatura auxiliar de classe, mas a função também é nomeada por: auxiliar de desenvolvimento infantil, pajem, assistente de classe, monitora etc. A variação na nomenclatura ocorre de região para região, pois não há um consenso acerca da função.

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Biografia do Autor

Livia Karen Figueredo de Jesus, Universidade Federal da Bahia

Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB, no Centro de Formação de Professores - CFP. Ex-bolsista do Programa Institucional de Bolsa e Iniciação à Docência - PIBID, no subprojeto Organização do Trabalho Pedagógico Educação Infantil e Classes Multisseriadas. Mestre em Educação pelo PPGE da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Doutoranda em Educação pelo PPGE da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Didática e Ludicidade (GEPEL).

Lucia Gracia Ferreira , Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Pós-doutorado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Itapetinga (UESB). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFBA e da UESB. Líder do Grupo de Pesquisa e Estudos Pedagógicos (CEPEP/ CNPq/UESB) e Docência, Currículo e Formação (CEPEP/ CNPq/UFRB).

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Publicado

20-12-2023

Como Citar

JESUS, L. K. F. . de; GRACIA FERREIRA , L. Qual a origem do saber do auxiliar de classe? Estudo sobre o não lugar profissional. Roteiro, [S. l.], v. 48, p. e32247, 2023. DOI: 10.18593/r.v48.32247. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/32247. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos de demanda contínua