A qualidade educacional no Projeto de Educação em Tempo Integral no Estado do Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v46i.26988Palavras-chave:
Educação em tempo integral, Direito à educação, Educação com padrão de qualidadeResumo
A temática de educação em tempo integral no Brasil remonta a segunda metade do século XX com a criação, por Anísio Teixeira em 1950, do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador, na Bahia. Nos anos de 1980 e 1990, grandes experiências vieram à lume por meio de políticas estaduais, a exemplo dos CIEPs (1983, 1994). No século XXI, o tema voltou à baila por intermédio do Programa Mais Educação, em 2007, do Governo Federal. No estado do Amazonas a educação em tempo integral surgiu em 2002, com a criação de um projeto piloto em duas escolas públicas estaduais. Essa experiência pedagógica tem por objetivo, elevar o padrão de qualidade da escola pública. Levando em consideração esse contexto e análise sobre o padrão de qualidade educacional como direito Constitucional, este artigo tem por objetivo demonstrar em que consiste o padrão de qualidade no Projeto de Educação em Tempo Integral, em voga, na rede estadual do Amazonas. Para alcançar tal objetivo, parte da seguinte questão: Qual a concepção de qualidade educacional presente no Projeto de Educação em Tempo Integral no estado do Amazonas. Para responder essa questão, utilizou-se, da pesquisa bibliográfica para a produção científica e da documentação oficial e se chegou à conclusão de que o projeto analisado adotou um conceito de qualidade que caminha na direção contrária à formação integral do sujeito quanto às dimensões intelectuais, físicas, sociais, ética e políticas, uma vez que adotou, como perspectiva formativa o slogan aprender a aprender, oriundo da perspectiva neoliberal.
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