Violência sistêmica e educação
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v43i2.16840Palavras-chave:
Educação, Violência sistêmica, Formação humanistaResumo
Com este artigo questiono se a educação, quando atrelada ao sistema econômico neoliberal, se torna ou não corresponsável pela disseminação sistêmica da violência. Assumo a tese de que a educação, enquanto processo de integração dos indivíduos nesse sistema, está atrelada à ideia de preparo dos jovens não só para o mundo violento, mas também à habilitação para o manejo e o exercício da violência como estratégia de sobrevivência e afirmação pessoal. A urgência está em defender a tarefa formativa, humanista da educação, ao mesmo tempo em que necessita preparar as novas gerações para o mundo real, com todos os traços anti-humanistas que lhe são inerentes. De início, faço observações sobre violência com base em alguns autores clássicos; a seguir, comento o tema na perspectiva da relação entre as pessoas e os sistemas econômicos, destacando o domínio da lógica do capital sobre todas as relações sociais e esferas da vida. Concluindo, tento mostrar que esse tema se encontra no centro das preocupações e debates a respeito dos caminhos da educação no contexto da realidade econômica regida pelos princípios político-econômicos do neoliberalismo.
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