Violência sistêmica e educação

Autores

  • Pedro Goergen Professor titular da Universidade de Sorocaba e professor titular (colaborador) da Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.18593/r.v43i2.16840

Palavras-chave:

Educação, Violência sistêmica, Formação humanista

Resumo

Com este artigo questiono se a educação, quando atrelada ao sistema econômico neoliberal, se torna ou não corresponsável pela disseminação sistêmica da violência. Assumo a tese de que a educação, enquanto processo de integração dos indivíduos nesse sistema, está atrelada à ideia de preparo dos jovens não só para o mundo violento, mas também à habilitação para o manejo e o exercício da violência como estratégia de sobrevivência e afirmação pessoal. A urgência está em defender a tarefa formativa, humanista da educação, ao mesmo tempo em que necessita preparar as novas gerações para o mundo real, com todos os traços anti-humanistas que lhe são inerentes. De início, faço observações sobre violência com base em alguns autores clássicos; a seguir, comento o tema na perspectiva da relação entre as pessoas e os sistemas econômicos, destacando o domínio da lógica do capital sobre todas as relações sociais e esferas da vida. Concluindo, tento mostrar que esse tema se encontra no centro das preocupações e debates a respeito dos caminhos da educação no contexto da realidade econômica regida pelos princípios político-econômicos do neoliberalismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Goergen, Professor titular da Universidade de Sorocaba e professor titular (colaborador) da Universidade Estadual de Campinas

Possui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa Senhora Imaculada Conceição (1968) e doutorado em Filosofia - Ludwig Maximilians Universität München (1975). Pos-doutorado na Universidade de Bochum e no Instituto Max Planck da Alemanha.

Referências

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Lafonte, 2012.

BAUDRILLARD, J. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 2007.

DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2016.

DARDOT, P.; LAVAL, C. Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI. Tradução Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2017.

CANCLNI, N. G. O mundo inteiro como lugar estranho. São Paulo: EDUSP, 2016.

GINDSBURG, C. Medo, reverência e terror. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

HAN, B.-C. Sociedade do cansaço. Tradução Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2017.

HOBBES, T. Leviatã: ou matéria, forma e poder de um Estado Eclesiástico e Civil. São Paulo: Martin Claret, 2006.

KANT, I. Crítica da faculdade do juízo. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

KANT, I. Crítica da razão prática. São Paulo: Martin Fontes, 1984.

KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1985.

KEYNES, J. M. Essays in persuasion. New York: W.W. Norton & Co: 1963.

NIETZSCHE, F. Humano, demasiadamente humano: um livro para espíritos livres. São Paulo: Companhia da Letras, 2005.

ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da igualdade entre os homens. São Paulo: Ática, 1989.

SHERMER, M. The moral Arc, how Science and reason lead humanity toward truth, justive and freedom. New York: Henry Holt and Company, 2015.

SKIDELSKI, R.; SKIDELSKI, E. Quanto é suficiente? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

Downloads

Publicado

30-08-2018

Como Citar

GOERGEN, P. Violência sistêmica e educação. Roteiro, [S. l.], v. 43, n. 2, p. 385–410, 2018. DOI: 10.18593/r.v43i2.16840. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/16840. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê "Relações entre violência e educação"