O papel da Matemática na vida cotidiana: uma análise das concepções de professores de Matemática
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v47.29377Palavras-chave:
Concepções dos professores, Vida cotidiana, Educação MatemáticaResumo
Tendo como pressuposto que a forma como os professores entendem a relação entre o conhecimento matemático e a formação do estudante, bem como o modo com que agem embasados ou não neste entendimento, são aspectos que influenciam as suas ações de ensino, o presente texto tem como objetivo investigar as inter-relações entre a concepção dos professores do conhecimento matemático manifesto na vida dos estudantes e suas possíveis implicações para o ensino. Para atingir esse propósito, buscou-se identificar a manifestação dos professores em relação ao lugar que ocupa o conhecimento matemático na vida dos estudantes e como esse papel influi no ensino. Foram entrevistados sete professores efetivos, formados a partir de 1991 e que lecionam para turmas dos anos finais do Ensino Fundamental em escolas públicas estaduais de uma cidade de Santa Catarina. As entrevistas, semiestruturadas, foram gravadas e transcritas, o que possibilitou a organização das falas em núcleos temáticos para a análise respaldada no materialismo histórico-dialético, em especial, nas elaborações teóricas sobre o Cotidiano, na Teoria Histórico-Cultural e em contribuições dos autores vinculados a Pedagogia Histórico-Crítica. Percebeu-se que as concepções dos professores valorizam de maneira positiva uma expressão imediata dos conceitos matemáticos na vida dos estudantes; que consideram haver uma natureza distinta entre a manifestação da Matemática na escola e em atividades fora dela; e que é necessário a vinculação entre a manifestação imediata da Matemática com a manifestação da Matemática no ensino escolar.
Downloads
Referências
ALEKSANDROV, A. D. Vision general de la matematica. In: ALEKSANDROV, A. D. et al. La matemática: su contenido, métodos y significado. Madrid: Alianza, 1991.
ASBAHR, F. S. F. Por que aprender isso, professora? Sentido pessoal e atividade de estudo na Psicologia Histórico-Cultural. 2011. Tese (Doutorado em Psicologia) – Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
DAVÍDOV, V. V. La ensenãnza escolar y el desarrollo psíquico: Investigación psicológica, teórica y experimental. Moscou: Editorial Progreso, 1988.
DAVYDOV, V. V. Análise dos princípios didáticos da escola tradicional e dos possíveis princípios do ensino em um futuro próximo. In: LONGAREZI, A. M.; PUENTES, R. V. (org.). Ensino Desenvolvimental: Antologia: Livro I. Uberlândia: Editora EDUFU, 2017.
DUARTE, N. A individualidade para si: contribuição a uma teoria histórico-crítica da formação do indivíduo. 3 ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2013.
DUARTE, N. Educação escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2001.
FIORENTINI, D. Alguns modos de ver e conceber o ensino de Matemática no Brasil. Zetetiké. Campinas: UNICAMP, v. 3, n. 2, p. 1-36, 1995.
GIARDINETTO, J. R. B. Matemática Escolar e Matemática da Vida Cotidiana. Campinas: Autores Associados, 1999.
HELLER, A. Sociología de la Vida Cotidiana. Barcelona: Ediciones Península, 2002.
HELLER, A. O Cotidiano e a História. 8 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
JARDINETTI, J. R. B. O abstrato e o concreto no ensino da Matemática: algumas reflexões. Bolema. Rio Claro, ano 11, n. 12, 1996.
KOSIK, K. Dialética do Concreto. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
LEONTIEV, A. N. As necessidades e os motivos da atividade. In: LONGAREZI, A. M; PUENTES, R. V. (org.). Ensino Desenvolvimental: Antologia: Livro I. Uberlândia: Editora EDUFU, 2017.
LESSA, S. Identidade e Individuação. Katálysis, Florianópolis, v. 7, n. 2, p. 147-157, 2004.
MACHADO, N. J. Matemática e Realidade: das concepções às ações docentes. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2013.
NETTO, J. P. Para a crítica da vida cotidiana. In: NETTO, J. P.; CARVALHO, M. C. B. Cotidiano: Conhecimento e crítica. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2012.
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras Aproximações. 10 ed. Revista e ampliada. Campinas: Autores Associados, 2008.
SANTA CATARINA. Proposta Curricular: Uma contribuição para a escola pública do pré-escolar, 1º Grau, 2º Grau e educação de adultos. Florianópolis: IOESC, 1991.
SANTA CATARINA, Secretaria do Estado da Educação. Proposta Curricular de Santa Catarina. Florianópolis: Secretaria do Estado da Educação, 1998.
SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação. Proposta Curricular de Santa Catarina: Formação Integral na Educação Básica. [S. L]: Secretaria de Estado da Educação, 2014. Disponível em: https://www.sed.sc.gov.br/documentos/ensino-89/proposta-curricular-156/4326-proposta-curricular-final. Acesso em: 17 abr. 2021.
SANTA CATARINA. Currículo base da Educação infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense. Florianópolis: Secretaria do Estado da Educação, 2019. 492 p. Disponível em: http://uaw.com.br/pagflip/pdf.php?pag=portifolio&cod=35. Acesso em: 20 abr. 2021.
VIGOTSKI, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
VIGOTSKII, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKII, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV. A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Iuri Kieslarck Spacek, Vidalcir Ortigara
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Declaração de Direito Autoral
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons – Atribuição – 4.0 Internacional.