Transdisciplinaridade e interculturalidade: experiências vividas e compartilhadas no curso de educação intercultural indígena – UFG (2018)
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v44i2.17362Palavras-chave:
Transdisciplinaridade, Interculturalidade, Tema contextual, Estudantes indígenasResumo
O presente artigo pretende apresentar os conceitos da “transdisciplinaridade” e da “interculturalidade crítica” que permearam as dinâmicas das aulas sobre o Tema Contextual Educação Intercultural Bilíngue e, sobretudo, evidenciar a contribuição dos estudantes indígenas em sala como representantes de suas epistemologias. Suas experiências apontaram para a importância de debates mais aprofundados em torno da diversidade, da diferença e da interculturalidade no contexto educacional brasileiro, discussão levantada a partir de três atividades didáticas propostas e realizadas durante as aulas, nas quais narrativas, textos escritos e documentos imagéticos foram desenvolvidos. As produções e reflexões foram fundamentadas nos princípios da “enação”, “transdisciplinaridade”, “interculturalidade crítica” (MATURANA, 2000; NASCIMENTO, 2014; VARELA; THOMPSON; ROSCH, 1992; WALSH, 2013; WALSH; VIAÑA; TAPIA, 2010) e em suas experiências educacionais. Ao analisarem seus conhecimentos e usos no cotidiano, os estudantes consideraram que, para além do conceito de “interculturalidade”, cunhado na década de 1970, na América Latina, o chamado “intercâmbio entre povos” (termo rememorado por eles durante as aulas) já existia como prática, mesmo antes de ser utilizado nas políticas públicas, na atualidade.
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