Uma abordagem territorial na formação de professores indígenas na educação do campo: diálogos latino- americanos

Autores

  • Cláudia Battestin Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó https://orcid.org/0000-0001-7871-9275
  • Francisco Gárate Vergara Universidad de Las Américas
  • Willian Simões Universidade Federal da Fronteira Sul -UFFS

DOI:

https://doi.org/10.18593/r.v47.28200

Palavras-chave:

Educação do Campo, Contexto Rural, Território, Territorialidade, Cultura

Resumo

Este artigo busca refletir sobre o campo da educação do campo/rural nos países Brasil e Chile com foco em povos originários. A partir de um diálogo teórico-conceitual interdisciplinar e de estudos realizados nestes países, discutimos relações que constituem territórios e territorialidades marcados por intensas e violentas interações e projetos de dominação na América Latina. Entre os resultados apontamos que, povos originários entendem e vivem seus territórios e territorialidades em um espaço-tempo em que habitam e resistem distintos conhecimentos e práticas cosmológicas; que a educação do campo/rural pode ser um espaço capaz de atribuir significados e sentidos em suas trajetórias de vidas e que; por meio de uma abordagem territorial e uma ecologia de saberes, podemos abrir caminhos para o acolhimento e trabalho com conhecimentos ancestrais/cosmológicos na formação de professores indígenas no âmbito da educação do campo/rural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cláudia Battestin, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó

Doutora e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) com apoio Bolsa CAPES com período de Doutoramento na Universitat Jaume I - Espanha. Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Licenciada em Filosofia pela Universidade Comunitária Regional de Chapecó (UNOCHAPECÓ). Integrante do Grupo de pesquisa FEPráxiS - Filosofia, Educação e Práxis Social e da Rede Internacional do Conhecimento da Universidade de Santiago do Chile. Docente no Departamento de Ciências Humanas e no curso de Mestrado em Educação da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus Frederico Westphalen-RS.

Francisco Gárate Vergara, Universidad de Las Américas

Centro de Capacitación Mahuida, Centro de Investigación Iberoamericano en Educación, Escuela de Negocios de España, Universidad Andrés Bello, Universidad Católica Silva Henríquez, Universidad Metropolitana de Ciencias de la Educación, Universidad de Alcalá de Henares, Universidad de Chile, Universidad de Las Américas.

Willian Simões, Universidade Federal da Fronteira Sul -UFFS

Doutor em Geografia (UFPR). Professor da Área de Ensino de Geografia na Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS- Campus de Chapecó-SC

Referências

AFFONSO, A R, LADEIRA, M, I. (Org.). Guata Porã/Belo Caminhar. São Paulo: Centro de Trabalho Indigenista, 2015.

ALMEIDA, C. “Era um pinhalão […] mato, mato virgem!”: As múltiplas faces da proteção tutelar entre os Kaingang do Xáembetkó. In: NÖTZOLD, A. L. V.; ROSA, H. A.; BRINGMANN, S. F. (Org.). História, cultura e educação indígena: protagonismo e diversidade. Porto Alegre: Universidade Federal de Santa Catarina: Palloti, 2017. p. 109-132.

ALONQUEO, Martin. Mapuches Ayer – Hoy. Padre las Casas. Imprenta y Editorial: San Francisco, 1985.

AYLWIN, J. Política Pública y Pueblos Indígenas: El caso de la política de tierras del estado chileno y el pueblo mapuche, 2002.

BELFORT, Susana Andréa Inácio. Políticas educacionais para Povos Indígenas no Brasil: interculturalidade e seus desafios na educação escolar indígena. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Fronteira Sul, Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), Chapecó, SC, 2016. Disponível em: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/695.

BENGOA, J.; VALENZUELA, E. Economía Mapuche. Pobreza y Subsistencia en la sociedad Mapuche Contemporánea. Santiago de Chile: Ediciones PAS, 1984.

BENGOA, J. Historia del Pueblo Mapuche. Santiago de Chile: Ediciones SUR. 1995.

BENGOA, J. Memoria Olvidada. Santiago de Chile: Publicaciones del Bicentenario Andros Impresores, 2004.

BIBLIOTECA DEL CONGRESO NACIONAL DE CHILE. Ley Chile. Ley n° 19.253. Establece Normas sobre Protección, Fomento y Desarrollo de los Indígenas, y crea la Corporación Nacional de Desarrollo Indígena, 1993.

BONNEMAISON, J. Viagem em torno do território. Em: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (Org.). Geografia Cultural: um século (3), Rio de Janeiro: EdUERJ, p. 83-131. 2002.

BUSTOS, C., CARIMAN, A., DÍAZ, Z., MERINO, M. Educación Parvularia en escuelas con enfoque intercultural, Chile: MINEDUC 2014.

CALDART, R. Educação do Campo. In. CALDART, R.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G (Org.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.

CECEÑA, A. E. Sujeitando o objeto de estudo, ou da subversão epistemológica como emancipação. In. CECEÑA, A. E. (Org.). Os desafios das emancipações em um contexto militarizado. São Paulo: Expressão Popular, 2008.

CPT Nacional. Conflitos no campo: Brasil 2020. Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno. Goiânia: CPT Nacional, 2021. Disponível em: https://www.cptnacional.org.br/downlods/category/41-conflitos-no-campo-brasil-publicacao.

DE ANDRACA, A.M; GAJARDO, M. Docentes y Docencia. Las Zonas Rurales. Santiago, Chile: UNESCO/FLACSO, 1992.

FERNANDES, B. M; MOLINA, M. C. O campo da Educação do Campo. In. MOLINA, M.; JESUS, Sonia M. S. A. de (Org.). Contribuições para a Construção de um Projeto de Educação do Campo. Brasília, DF: Articulação Nacional “Por uma Educação do Campo”, 2005.

FEU I GELIS, J. La escuela rural en España: apuntes sobre potencialidades pedagógicas, relacionales y humanas de la misma. Revista Digital eRural, Educación, Cultura y Desarrollo Rural,2004. Disponible en http://educación.upa.cl/revistaerural/erural.htm. Acceso en: 10 de mai de 2021.

GHEDINI, Cecília M. A produção da Educação do Campo no Brasil: das referências históricas à institucionalização. Jundiaí: Paco Editorial, 2017.

GUTIÉRREZ, G. La interculturalidad en Chile. Tensiones y desafíos en torno a la educación intercultural bilingüe. EN: Revista Cuaderno de Trabajo Social, 15(1): 118-143, 2020.

HECK, D. E.; SILVA, R. S. da; FEITOSA, S. F. (Org.). Povos indígenas: aqueles que devem viver – Manifesto contra os decretos de extermínio. Brasília: Cimi – Conselho Indigenista Missionário, 2012. Disponível em: https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Cimi-40-anos_manifesto-contra-decretos-exterminio.pdf.

LAROQUE, L. F. S. Lideranças Kaingang no Brasil meridional (1808-1889). São Leopoldo: Instituto Anchietano, 2000.

LIMA, A. C. de S. Um grande cerco de paz: poder tutelar, indianidade e formação de Estado no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1995.

PARKER, C. Modernización y cultura Indígena Mapuche. “¿Modernización o sabiduría en tierra Mapuche?”. Santiago de Chile: Talleres Gráficos Pía Sociedad de San Pablo, 1995.

PEREDA, V. Retos para la universidad en una sociedad multicultural. Desarrollo organizacional hacia un modelo intercultural. En: Bruno-Jofré, R. y Fuentes, L. eds. La universidad y la atención a la diversidad cultural: De la discriminación a la inclusión. Chile: Pontificia Universidad Católica de Chile- Sede Regional Villarrica: 2009.

PORTO-GONÇALVES, Carlos. W. De saberes e de territórios: diversidade e emancipação a partir da experiencia latino-americana. In. De los saberes de la emancipación y de la dominación. Buenos Aires: CLACSO, 2008. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/gt/20160224041201/04porto.pdf.

PORTO-GONÇALVES, Carlos W. Pela vida, pela dignidade e pelo territorio: um novo léxico teórico político desde as lutas sociais na América Latina. In. Pólis: Revista Latinoamericana. n. 41, 2015. Disponível em: https://journals.openedition.org/polis/11027. DOI: https://doi.org/10.4067/S0718-65682015000200017

QUIJANO, A. Colonialidad y modernidad/racionalidad. Perú Indígena, Lima, v. 13, n. 29, p. 11-20, 1992.

QUIJANO, A. Dom Quixote e os moinhos de vento na América Latina. In. ARAÚJO, Cícero; AMADEO, Javier (Org.). Teoria política Latino-americana. São Paulo: Hucitec: FAPESP, 2009.

QUINTERO, P; MARÉCHAL, C. Populações kaingang, processos de territorialização e capitalismo colonial/ moderno no Alto Uruguai (1941-1977). Horiz. antropol, Porto Alegre, ano 26, n. 58, p. 155-190, set./dez. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-71832020000300005

REPÚBLICA DE CHILE. Ley de Educación Primaria Obligatoria. N° 3654. 1920. Disponible en: https://www.bcn.cl/leychile/navegar?idNorma=24146. Aceso en 30 de mai de 2022.

REPÚBLICA DE CHILE. Ley Indigena. N° 19253 1993. Disponible em: https://www.bcn.cl/leychile/navegar?idNorma=30620&idParte=8639832&idVersion=2020-10-17. Aceso en 30 de mai de 2022.

RUPAILAF, R. Las Organizaciones Mapuches y las Políticas Indigenistas del Estado Chileno 1970 – 2000. Revista de la Academia, n 7, Santiago de Chile. Editorial Universidad Academia Humanismo Cristiano, 2002.

SALES CIGES, A. Y GARCÍA LÓPEZ, R. Programas de Educación Intercultural. Bilbao:

Desclée De Brouwer, 1997.

SANTOS, B. de Souza. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecología de saberes. In. SANTOS, B. de Souza; MENEZES, M. P. Epistemologias do sul (Org.). São Paulo: Cortez, 2010.

SANTOS, C. A. dos. Dossiê educação do campo: documentos 1998-2018. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2020.

SAQUET, M. Contribuições teórico-metodológicas para uma abordagem territorial multidimensional em Geografia Agrária. In. SAQUET, M. A.; SUZUKI, J. C.; MARAFON, G. J.; Territorialidades e diversidade nos campos e nas ciudades latino-americanas e francesas. São Paulo: Outras Expressões, 2011.

SAQUET, M. El Desarrollo en una Perspectiva Territorial Multidimensional. Revista Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais, ISSN-e 2238-8052, Vol. 2, Nº. 1, 2013, págs. 111-123.

SAQUET, M. Abordagens e concepções sobre territórios. São Paulo: Outras Expressões, 2013.

TOLEDO, V. Pueblo Mapuche Derechos Colectivos y Territorio. Santiago de Chile: LOM Ediciones, 2006.

TOMMASINO, K. Território e territorialidade Kaingang: resistência cultural e historicidade de um grupo Jê. In: MOTA, L. T.; NOELLI, F. S. (Org.). Urí e Wãxi: estudos interdisciplinares dos Kaingang. Londrina: Eduel, p. 191-226, 2000.

WILLIAMSON, G. Estudios sobre la educación para la población rural en Chile. En Educación para la población rural en Brasil, Chile, Colombia, Honduras, México, Paraguay y Perú. Proyecto FAO-UNESCO-DGCS/ITALIA-CIDE-REDUC. Roma: FAO-UNESCO, 2004.

Publicado

12-07-2022

Como Citar

BATTESTIN, C. .; VERGARA, F. G.; SIMÕES, W. Uma abordagem territorial na formação de professores indígenas na educação do campo: diálogos latino- americanos. Roteiro, [S. l.], v. 47, p. e28200, 2022. DOI: 10.18593/r.v47.28200. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/28200. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Seção temática: Educação do Campo: análises e resistências em movimento