Processos compensatórios e subjetividade de pessoas com dislexia na universidade: contribuições da teoria histórico-cultural
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v47.27293Palavras-chave:
Dislexia, Educação Superior, Subjetividade, Processos compensatórios, Teoria Histórico-CulturalResumo
Este texto constitui-se como recorte de uma tese de doutorado em Educação. Tal estudo fundamentou-se na Teoria Histórico-Cultural e, em especial, nos conceitos vigotskianos de tomada de consciência e processos compensatórios e no conceito de subjetividade de González-Rey. Objetivou compreender como os processos compensatórios e a subjetividade podem influenciar a forma como as pessoas com dislexia se constituem em seu processo de aprendizagem na Educação Superior. Os sujeitos da pesquisa são estudantes de cursos de graduação de uma universidade federal da região sul do Brasil e possuem diagnóstico de dislexia. Adotando uma abordagem qualitativa, utilizou-se como método o estudo de casos múltiplos e a coleta de dados realizou-se por entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados se deu por meio da técnica de Análise de Conteúdo. Optou-se por evidenciar os resultados da categoria referente aos conceitos da Teoria Histórico-Cultural mencionados. Compreendeu-se que a subjetividade está em constante formação e transformação, que se constitui a partir da tomada de consciência e das vivências de cada sujeito que são impregnadas de sentido. Os sujeitos com dislexia são motivados pelas próprias dificuldades a buscar estratégias e processos compensatórios para acessar o conhecimento, aprender e também demonstrar essa aprendizagem. Concluiu-se que a subjetividade, por se constituir a partir das vivências e dos sentidos a ela atribuídos, influencia as atitudes de cada sujeito. Consequentemente, influencia a mobilização desses sujeitos em busca de estratégias e recursos para sua aprendizagem, com vistas a compensar as dificuldades pertinentes à dislexia.
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