Patrimônio cultural indígena: desafios para uma educação patrimonial decolonial
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v44i2.17415Palavras-chave:
Povos indígenas, Patrimônio cultural, Educação patrimonialResumo
No Brasil, a cultura indígena tem sido reconhecida como parte do patrimônio cultural nacional. Assim, desde que foi criado o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, em 2000, os bens culturais indígenas têm sido objeto de inventários patrimoniais. Essa presença indígena nas políticas patrimoniais, no entanto, ainda não foi devidamente analisada. No presente artigo, procuramos contribuir para essa análise, partindo de uma reflexão crítica sobre a legislação e as políticas públicas nacionais sobre patrimônio e educação patrimonial. Concluímos que, para a potencialização do acesso dos indígenas a tais políticas, faz-se necessário assumir um diálogo mais equânime, além de mudanças epistêmico-conceituais e metodológicas que contemplem as relações interétnicas e o exercício interepistêmico.
Downloads
Referências
ABREU, R. Museus indígenas no Brasil: notas sobre as experiências Tikuna, Wajãpi, Karipuna, Palikur, Galibi-Marworno e Galibi Kali'na. In: FAULHABER, P.; DOMINGUES, H. M. B.; BORGES, L. C. (org.). Ciências e Fronteiras. Rio de Janeiro: Museu de Astronomia e Ciências Afins, 2012.
ANDRADE, R. M. F. Rodrigo e o SPHAN: coletânea de textos sobre o patrimônio cultural. Rio de Janeiro: Ministério da Cultura/Fundação Pró-Memória, 1987.
BRANDÃO, C. R. O Que é Educação. São Paulo: Editora Brasiliense, 2007.
BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 4 maio 2018.
BRASIL. Decreto n. 3.551, de 4 de agosto de 2000. Institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro, cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 ago. 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3551.htm. Acesso em: 4 maio 2018.
BRASIL. Decreto n. 5.753, de 12 de abril de 2006. Promulga a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, adotada em Paris, em 17 de outubro de 2003, e assinada em 3 de novembro de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 abr. 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5753.htm. Acesso em: 4 maio 2018.
BRASIL. Presidência da República. Decreto n. 7.387, de 9 de dezembro de 2010. Institui o Inventário Nacional da Diversidade Linguística e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 dez. 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7387.htm. Acesso em: 2 maio 2018.
DEPARTAMENTO DE IDENTIFICAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO – IPHAN. Inventário nacional de referências culturais: manual de aplicação. Brasília, DF: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2000. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Manual_do_INRC.pdf. Acesso em: 4 maio 2018.
FONSECA, M. C. L. “Da Modernização à participação: a política federal de preservação nos anos 70 e 80”. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, n. 24, 1996.
FREIRE, J. R. B. A descoberta do museu pelos índios. Terra das Águas – Revista semestral do Núcleo de Estudos Amazônicos da Universidade de Brasília, ano 1, n. 1, 1999.
GALLOIS, D. T (org.). Patrimônio Cultural Imaterial e Povos Indígenas. Exemplos no Amapá e norte do Pará. São Paulo: Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena – IEPÉ, 2006. Disponível em: https://www.institutoiepe.org.br/media/livros/livro_patrimonio_cultural_imaterial_e_povos_indigenas-baixa_resolucao.pdf. Acesso em: 4 maio 2018.
GNECCO, C. La arqueología (moderna) ante el empuje decolonial. In: SHEPHERD, N.; GNECCO, C.; HABER, A. Arqueología y Decolonialidad. Buenos Aires: Ediciones del Signo, 2016.
GIL, C. Z. V.; POSSAMAI, Z. R. Educação Patrimonial: percursos, concepções e apropriações. MOUSEION, Canoas, n. 19, dez. 2014. Disponível em: http://www.revistas.unilasalle.edu.br/index.php/mouseion. Acesso em: 2 maio 2018.
GONÇALVES, J. R. S. A Retórica da Perda. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2002.
HAFSTEIN, V. Celebrando as diferenças, reforçando a conformidade. In: SANDRONI, C.; SALLES, S. G. (org.). Patrimônio Cultural em Discussão: novos desafios teórico-metodológicos. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2014.
IBGE. Censo 2010. 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/. Acesso em: 02 maio 2018.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL – IPHAN. Carta de Fortaleza. Nov. 1997. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Fortaleza%201997.pdf. Acesso em: 4 maio 2018.
MESTRE, J. S.; CARDONA, F. X. H. Museologia Crítica. Gijón: Ediciones TREA, 2006.
MIGNOLO, W. La opción de-colonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto y un caso. Tabula Rasa, Bogotá, n. 8, p. 243-281, enero/jun. 2008. DOI: https://doi.org/10.25058/20112742.331
MIGNOLO, W. “Aiesthesis decolonial”. CALLE14, v. 4, n. 4, enero/jun. 2010.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Convenção n. 169. Brasília, DF: Organização Internacional do Trabalho, 2012. Disponível em: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilo-brasilia/documents/genericdocument/wcms_648863.pdf. Acesso em: 2 maio 2018.
QUIJANO, A. Notas sobre a questão da identidade e nação no Peru. Estudos Avançados, v. 6, n. 16, p. 73-80, set./dez. 1992. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40141992000300007
SALLES, S. G. Patrimônio Cultural, Representação e Poder: desafios à prática antropológica. Revista Raízes, v. 34, n. 2, jul./dez. 2014. DOI: https://doi.org/10.37370/raizes.2014.v34.417
SANT’ANNA, M. A face imaterial do Patrimônio Cultural: os novos ins¬trumentos de reconhecimento e valorização. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: Lamparina Editora, 2009.
SANT’ANNA, M. Da cidade-monumento à cidade-documento: a norma de preservação de áreas urbanas no Brasil, 1937-1990. Salvador: Iphan: Oiti, 2015.
SANTOS, B. S. A Crítica da razão Indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2002.
TUBINO, F. Del interculturalismo funcional al interculturalismo crítico. In: SAMANIEGO, M.; GARBARINI, C. (org.). Rostros y fronteras de la identidad. Temuco: UCT, 2004.
WALSH, C. Interculturalidade Crítica e Pedagogia Decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, V. Educação intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: Letras, 2009.
UNESCO. Convenção para a Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural. De 16 de novembro de 1972. Disponível em: https://whc.unesco.org/archive/convention-pt.pdf. Acesso em: 2 maio 2018.
YOUNG, R. J. C. Desejo Colonial. São Paulo: Perspectiva, 2005.
ZIZEK, S. “Multiculturalismo o la lógica cultural del capitalismo multinacional,” en Estudios culturales. Reflexiones sobre el multiculturalismo. F. Jameson y S. Zizek. Barcelona: Paidós, 1998.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Declaração de Direito Autoral
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons – Atribuição – 4.0 Internacional.