Considerações sobre princípios educacionais e formativos em O espelho dos Reis de Álvaro Pais
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v49.32596Palavras-chave:
Álvaro Pais, formação do governante, princípios educacionais e formativos, Espelho dos ReisResumo
As reflexões que compõem este artigo partiram da premissa de que a formação do governante reverbera sobre sua conduta e ações e, portanto, na organização social. Por isso, este estudo objetivou compreender os princípios educacionais e formativos defendidos por Álvaro Pais como necessários ao governante cristão em meados do XIV. A análise recaiu sobre a sua obra Espelho dos Reis (1341-1344), que nos permitiu caracterizar a monarquia como melhor método de governo para o seu tempo. Além de Pais, foram selecionados para fundamentar este estudo: Barbosa (1982), Costa (1994; 2004) Mattoso (1997), Souza (1999; 2008); Souza (2010), dentre outros. A natureza dessa pesquisa é bibliográfica, com base nos pressupostos da totalidade histórica e de longa duração, conforme Braudel (1992) e Bloch (2001). Ao buscar um entendimento acerca do pensamento teocrático de Álvaro Pais, observou-se sua preocupação com o embate entre os poderes espiritual e temporal, pois, para ele, o papa deveria ater-se às causas espirituais e ao rei recaia, por decisão divina, o direito de liderar as causas terrenas, bem como conduzir o povo à felicidade e à eterna salvação sob orientação do papa, constituído como um conselheiro. Preocupado com as questões do seu tempo, Pais pensou sobre a formação do governante e defendeu a monarquia como modelo ideal de governo. Espelho dos Reis configurou-se, então, como um manual da reta conduta aos príncipes, reis e àqueles que, desejosos da felicidade e da salvação da alma, quisessem trilhar o caminho do bem de acordo com os princípios cristãos da época.
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