Finitude e angústia existencial entre estudantes de ensino médio de uma escola pública: agravantes da covid-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18593/r.v48.32246

Palavras-chave:

Adolescência, Finitude Humana, Angústia Existencial, Ensino Médio

Resumo

Este artigo abriga resultados de uma pesquisa que busca identificar nos depoimentos de professoras de ensino médio como os temas relacionados à finitude humana e angústia existencial estão presentes na vida de seus estudantes. São trazidos aqui dados oriundos da coleta em grupo focal sobre aspectos relacionados ao sofrimento psíquico de jovens e adolescentes que frequentam o ensino médio de uma escola pública da região Oeste de Santa Catarina. A metodologia de coleta dos dados envolveu atividades em 5 encontros com 10 professoras que atuam no ensino médio, com duração aproximada de 60 minutos cada encontro. A pesquisa possui enfoque qualitativo e a interpretação dos dados seguiu o enfoque teórico hermenêutico. É inevitável que o profissional educador, ao longo de sua carreira, em algum momento se defronte com situações cotidianas que envolvem a angústia existencial vividas por seus alunos, necessitando de preparação para lidar com elas. No entanto, nem sempre o educador a possui, o que revela lacunas no seu processo formativo. Em um cenário normal, já há barreiras a transpor, e com a Covid-19, muito mais caótico ficou o espaço escolar e a vida dos adolescentes. A pandemia demonstrou nossas fragilidades e expôs nossa vulnerabilidade humana e profissional para dar conta das questões existenciais e da finitude. Também revelou aspectos de nossa impotência para ouvir e auxiliar os adolescentes em suas crises existenciais e sofrimento psíquico.

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Biografia do Autor

Rosilei dos Santos Rodrigues Kepler, URI Campos Frederico Westphalen

Psicóloga -  Graduada pela UNOESC-  São Miguel do Oeste - SC

Especialização em psicologia Clínica Ampliada  – Uri –  Frederico Westphalen - RS

Especialização em tanatologia  Humana  – UNISANTA –  SP

Especialização em Docência no Ensino Superior- URI –  Frederico Westphalen- RS

Formação e aprimoramentos em luto e perdas pela Clínica Luspe- Caxias do Sul- RS

Formação em psicologia Hospitalar- Hospital Pequeno Príncipe – Curitiba- PR

Mestrado em Educação- URI –  Frederico Westphalen – RS

Doutoranda em Educação - URI –  Frederico Westphalen – RS

Arnaldo Nogaro , Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e da Missões- URI Campus de Frederico

Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). Possui Mestrado em Antropologia Filosófica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1991) e graduação em Filosofia pela Faculdade Filosofia Imaculada Conceição (1987). Tem experiência na área de Filosofia, Antropologia Filosófica, Formação de Professores e Filosofia da Educação com ênfase em Fundamentos da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: avaliação, educação escolar, aprendizagem, docência universitária e formação docente. Foi Pró-Reitor de Ensino da URI de 2016-2018. É Reitor da URI para a Gestão 2018-2022 e professor titular dos cursos de graduação e pós-graduação do Câmpus de Erechim e Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado - do Câmpus de Frederico Westphalen. Membro do Conselho Editorial das Revistas Educação (UFSM), Perspectiva (URI- Erechim) , Cataventos (UNICRUZ - Cruz Alta) e Revista Eletrônica Vivências (URI). Atuou como Avaliador Institucional e de Cursos do INEP, conforme Portaria do MEC n 1.751, de 27 de outubro de 2006 até 2018. Líder do grupo de pesquisa Ética, Educação e formação de professores, certificado pelo CNPq. Membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas e Processos de Educação Superior - NEPPES . Autor dos livros: Teoria e saberes docentes (Edifapes, 2002), Primeira Infância: espaço e tempo de educar na aurora da vida (Edifapes, 2012) e Professor reflexivo: prática emancipatória? (CRV, 2015); As TICS nos labirintos da prática educativa (CRV, 2016); Neurociência Cognitiva para educadores: aprendizagem e prática docente no século XXI (CRV, 2016), Acolhimento da criança de 3 a 5 anos na Escola de Educação Infantil (CRV, 2017). Entre o poder e a submissão: competências e marcos legais para a formação de professores que ensinam matemática no Brasil (CRV, 2018). Kant e a educação em diálogo permanente (CRV, 2018). Primeiros Passos na docência: horizontes, vozes, sentimentos e emoções (2021).

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Publicado

28-07-2023

Como Citar

KEPLER, R. dos S. R.; NOGARO , A. Finitude e angústia existencial entre estudantes de ensino médio de uma escola pública: agravantes da covid-19. Roteiro, [S. l.], v. 48, p. e32246, 2023. DOI: 10.18593/r.v48.32246. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/32246. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos de demanda contínua