A Campanha de Educação Popular (Ceplar): espaço de formação no cenário educacional paraibano (1961-1964)

Lia Machado Fiuza Fialho; Rosicleide Henrique da Silva; Charliton José dos Santos Machado

doi:10.18593/r.v48.32240

Autores

Lia Machado Fiuza Fialho Universidade Estadual do Ceará https://orcid.org/0000-0003-0393-9892
Rosicleide Henrique da Silva Universidade Federal da Paraíba - UFPB
Charliton José dos Santos Machado Universidade Federal da Paraíba - UFPB https://orcid.org/0000-0002-4768-8725

DOI:

https://doi.org/10.18593/r.v48.32240

Palavras-chave:

História da Educação, Método Paulo Freire, Educação popular, Educação de Jovens e Adultos, Ditadura militar

Resumo

Este artigo tem o objetivo de evidenciar o surgimento da Campanha de Educação Popular na cidade de Campina Grande, Paraíba, entre 1961 e 1964, destacando a sua contribuição no cenário educacional da época. A pesquisa foi realizada com base nos jornais Diário Oficial e Diário da Borborema, localizados no Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba e em documentos como o Estatuto da Campanha de Educação Popular, os Inquéritos Policiais Militares e o Projeto Compartilhando Memórias. Após levantamento de fontes e análises, depreendeu-se que a referida Campanha utilizava o “Método Paulo Freire” e consistia na ideia de alfabetização de jovens e adultos em 40 horas, cujo objetivo era despertar nesses sujeitos o senso crítico acerca das desigualdades sociais existentes. Porém, com a instauração do golpe civil-militar em 1964, a Campanha foi extinta, tendo deixado um importante legado educacional na Paraíba.

Downloads

Biografia do Autor

Lia Machado Fiuza Fialho, Universidade Estadual do Ceará

Doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará, Pós-doutorada em Educação pela Universidade Federal da Paraíba. Professora Adjunta do Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará, Professora Permanente do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE/UECE) e do Mestrado Profissional em Planejamento e Políticas Públicas. Editora chefa da coleção Práticas Educativas (EdUECE). Líder do Grupo de Pesquisa Práticas Educativas Memórias e Oralidades - PEMO. Editora chefa da revista Educação & Formação do PPGE/UECE. Tutora do Programa de Educação Tutorial (PET/Pedagogia/UECE).

Rosicleide Henrique da Silva, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal da Paraíba. Linha de Pesquisa em História da Educação. Mestra em História pelo Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande. Professora da Rede Pública de Ensino no Estado da Paraíba desde 2008.

Charliton José dos Santos Machado, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN (2001). Pós-Doutorado pela Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP (2009). Atualmente é Professor Titular e Professor Permanente dos seguintes Programas de Pós-Graduação: PPGE e PPGS, ambos da Universidade Federal da Paraíba, atuando como orientador (Mestrado e Doutorado), principalmente, nos seguintes temas: educação, história, cultura e gênero. Publica, com frequência, artigos em periódicos, livros e capítulos de livros acerca das citadas temáticas. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa - CNPQ PQ1-D. É Membro da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE) e Docente Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas "História da Educação da Paraíba" HISTEDBR/GT-PB.

Referências

ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M. Introdução. Da terceira Margem eu so(u)rrio: sobre história e invenção. In: ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M. História: a arte de inventar o passado. Ensaios de teoria da História. Bauru: USC, 2007. p. 19-39.

BURKE, P. O que é História Cultural?. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

CERTEAU, M. A escrita da história. Tradução: Maria de Lourdes Menezes. Revisão técnica: Arno Vogel. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1992.

CHARTIER, R. A História Cultural: entre práticas e representações. Tradução: Maria Manuela Galhardo. Lisboa: Difusão, 2010.

CRUZ, H. F.; PEIXOTO, M. R. C. Na oficina do historiador: conversas sobre história e imprensa. Projeto História, São Paulo, n. 35, p. 253-270, 2007.

DIÁRIO DA BORBOREMA. Campina Grande, 01 de março de 1964, pp. 2-3. Diário da Borborema. Campina Grande, 08 de abril de 1964, p. 3.

FERREIRA, L. F. G.; FERREIRA, C. R. (org.). Projeto Compartilhando Memórias: repressão e resistência na Paraíba. Vol. 8 - Maria Salete van der Poel. João Pessoa: UFPB, 2012.

FIALHO, L. M. F.; SANTOS, F. M. B.; SALES, J. A. M. Pesquisas Biográficas na História da Educação. Cadernos de Pesquisa, v. 26, p. 11-29, 2019.

FIRMINO, J. C. O voto de saias: gênese do voto feminino no Rio Grande do Norte através do jornal A República. Mossoró: Vingt-Un Rosado, 2003.

GINZBURG, C. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. Tradução: Rosa Freire d’Aguiar e Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

IPM. Inquérito Policial Militar. Processo de Subversão Geral da Paraíba, nº 70/64, (1961-1964).

LE GOFF, J.; NORA, P. História: novos problemas. 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

LUCA, T. R. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, C. B. (org.). Fontes históricas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2010.

LUSTOSA, K. S. Quando a educação é tomada como “ato subversivo”: a Campanha de Educação Popular - CEPLAR e as ligas camponesas na Paraíba. 2018. 154 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2018.

MENEZES, C. S.; MACHADO, C. J. S.; FIALHO, L. M. F. Eglantine do Rego Barros: protagonismo no ensino secundário pernambucano (1950-1960). Revista Exitus, Santarém, v. 12, n. 1, p. e022040, 2022.

PARAÍBA. Estatutos da Ceplar. Diário Oficial da Paraíba, p. 2, 11 abr. 1962.

PORTO, M. D. P. L.; LAGE, I. L. C. Ceplar: história de um sonho coletivo: uma experiência de educação popular na Paraíba destruída pelo golpe de Estado de 1964. João Pessoa: Conselho Estadual de Educação, 1995.

RIDENTI, M. O fantasma da revolução brasileira. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2010.

SCOCUGLIA, A. C. Educação popular: do sistema Paulo Freire aos IPMs da ditadura. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

SCOCUGLIA, A. C. Histórias inéditas da educação popular: do Sistema Paulo Freire aos IPMs da ditadura. João Pessoa: UFPB; São Paulo: Cortez: Paulo Freire, 2000.

SCOCUGLIA, A. C. Sociedade, cultura e educação popular na Paraíba (1930-1964): histórias e memórias seletivas: In: SCOCUGLIA, A. C.; JEZINE, E. (org.). Educação popular e movimentos sociais. João Pessoa: Universitária, 2006. p. 39-60.

SOUSA, A. N. P.; ASTIGARRAGA, A. A.; FRISON, L. M. B. Itinerários de vida de Ofélia: professora gestora que defendeu a escola pública na ditadura civil-militar. Práticas Educativas, Memórias e Oralidades, Fortaleza, v. 1, n. 2, p. 1-15, 2019. DOI: 10.47149/pemo.v1i2.3648.

VASCONCELOS, L. M.; FIALHO, L. M. F.; MACHADO, C. J. S. Facetas da (im)potência viril na Revista Careta: educação e masculinidades no Estado Novo (1937-1945). Acta Scientiarum Education, Maringá, v. 40, p. 1-12, 2018.

VIEIRA, C. E. Jornal Diário como fonte e como tema para a pesquisa em História da educação: um estudo da relação entre imprensa, intelectuais e modernidade nos anos 1920. In: OLIVEIRA, M. A. T. (org.). Cinco estudos em História e Historiografia da Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p. 11-40.