Até quando as máscaras brancas? Educação e racismo em Moçambique

Until when the white masks? Education and racism in Mozambique

Authors

  • Eduardo Moises Jamisse Humbane Universidade Pedagógica de Maputo https://orcid.org/0000-0002-1417-2335
  • Orlando Daniel Chemane Universidade Pedagógica de Maputo

DOI:

https://doi.org/10.18593/r.v46.26480

Keywords:

education, racism, transformation, Mozambique

Abstract

Mozambique is a former Portuguese colony. Portuguese colonization was sadly famous for its assimilationist character, that is, it sought to convert Mozambicans into Portuguese citizens, and the school played a central role in this aim. Therefore, it was a school deeply permeated by racism and the social consequences was the loss of self-esteem of Mozambicans. Mozambique is currently an independent country. The Mozambican nationalists who carried out the anti-colonial struggle have made combating racism one of their main flags. The interest of this article is to argue around the idea that with Independence, the Mozambican school was not transformed in its racist ideology, namely the inferiority of the black, without culture and without history. More specifically, it will seek to understand, using the theoretical contribution of Fanoz, Freire and African libertarian thinkers Biko (1990), Mondlane (1995) the process of transforming the European white school into an African indigenous school taking the category of race as a historical creation and not exactly a biological essence. Law 4/83, which created the first national education system in Mozambique, will be examined. Mozambican authors who were concerned with the theme from other concepts (CASTIANO; NGOENHA; BERTHOUD, 2005; MAZULA, 1995), will deserve a bibliographic review, while we will ask ourselves, from the perspective of race, if the Mozambican school is multicultural, a place of deconstruction of ideology racist and, thus, the production of a citizen proud of his black identity.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Eduardo Moises Jamisse Humbane, Universidade Pedagógica de Maputo

Doutorado em Sociologia em andamento na UFG. Mestrado e Licenciado em Sociologia pela Universidade de Saint Denis (Paris 8) em França. Graduado em Ciências de Educação pela Universidade Pedagógica de Maputo (Moçambique). Professor mestre (assistente) na Universidade Pedagogica de Moçambique, atuando nas areas de sociologia de educaçao, planificaçao estrategica em educaçao e metodologia de pesquisa

Orlando Daniel Chemane, Universidade Pedagógica de Maputo

Possui mestrado em Educação/Formação de Formadores pela Universidade Pedagógica - Moçambique(2012). Tem experiência na área de Educação.

References

ALMEIDA, S. L. O que é racismo estrutural. Belo Horizonte: Letramento, 2018.

BENTO, M. A. S. Branqueamento e Branquitude no Brasil. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. (org.). Psicologia social do racismo – estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 25-58. Disponível em: http://www.media.ceert.org.br/portal-3/pdf/publicacoes/branqueamento-e-branquitude-no-brasil.pdf. Acesso em: 23 jun. 2021.

BERGER, P.; LUCKMANN, T. Modernidade, pluralismo e crise de sentido: a orientação do homem moderno. Petrópolis: Editora Vozes, 2004.

BIKO, S. Escrevo o que quero. São Paulo: Editora Ática, 1990.

BOAVENTURA, M. V. Branquitude à brasileira: a fragilidade branca e o discurso da democracia racial em conversa em sobre racismo na escola. 2020. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.

BOURDIEU, P.; PASSERON, J. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2008.

CABAÇO, J. L. Moçambique: identidades, colonialismo e libertação. 2007. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

CAHEN, M. Luta de emancipação anticolonial ou movimento de libertação nacional? Processo histórico e discurso ideológico – o caso das colónias portuguesas e de Moçambique em particular. Africana Studia, Edição da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, n. 8, p. 39-66, 2005.

CARDOSO, C. Branquitude e educação infantil: um estudo sobre a educação das relações étnico-raciais em uma unidade educativa do Município de Florianópolis. 2018. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.

CASTIANO, J.; NGOENHA, S.; BERTHOUD, G. A longa marcha duma “educação para todos em Moçambique. Maputo: Imprensa Universitária, 2005.

FANON, F. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008. DOI: https://doi.org/10.7476/9788523212148

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 57. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

GADOTTI, M. Concepção dialéctica da educação: um estudo introdutório. São Paulo: Cortez, 1983.

GOLIAS, M. Sistemas de ensino em Moçambique, presente e passado. Maputo: Editora escolar, 1993.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. Quadro 12. População por tipo somático origem, segundo área de residência, idade e sexo. Moçambique, 2017.xlsx. Moçambique: [s. n.], 2017. Disponível em: http://www.ine.gov.mz/iv-rgph-2017/mocambique/04-tipo-somatico-raca/quadro-12-populacao-por-tipo-somatico-origem-segundo-area-de-residencia-idade-e-sexo-mocambique-2017.xlsx/view. Acesso em: 23 jun. 2021.

MAZULA, B. Educação, cultura e ideologia em Moçambique: 1975-1983. Maputo: Edições Afrontamento e Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa, 1995.

MOÇAMBIQUE. Constituição da República Popular de Moçambique, de 20 de junho de 1975.

MOÇAMBIQUE. Lei 4/83, de 23 de março de 1983. Sobre o Sistema Nacional de Educação.

MONDLANE, E. Lutar por Moçambique. Maputo: Ed. Moçambicana, 1995. (Coleção chão).

MUNANGA, K. Negritude e identidade negra ou afrodescendente: um racismo ao avesso?

Revista da ABPN, v. 4, n. 8, p. 6-14, jul./out. 2012.

PORTUGAL. Decreto-Lei n. 31.207 sobre o Estatuto Missionário do Ministério das Colonias. Diário do Governo: 1ª Série, n. 79, 5 abr. 1941.

PORTUGAL. Decreto-Lei n. 39.666 sobre a Lei Orgânica do Ultramar, do Ministério do Ultramar. Diário do Governo: 1ª Série, n. 110, 20 maio 1954.

RIBEIRO, G. M. R. “É pena seres mulato!”: ensaio sobre relações raciais. Cadernos de Estudos Africanos, v. 23, 2012. DOI: https://doi.org/10.4000/cea.583. DOI: https://doi.org/10.4000/cea.583

ROGNON, F. Os primitivos, nossos contemporâneos: ensaio e textos. São Paulo: Papirus, 1991.

SANTOS, B. S. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais, 63, 2002. DOI: https://doi.org/10.4000/rccs.1285. DOI: https://doi.org/10.4000/rccs.1285

SANTOS, B. S. Uma conceção multicultural dos direitos humanos. Lua Nova, p. 39-124, n. 39, 1997. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-64451997000100007

SCHUCMAN, L. V. Sim, nós somos racistas: estudo psicossocial da branquitude paulistana. Psicologia & Sociedade, v. 26, n. 1, p. 83-94, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000100010

SERRA, C. (dir.). Racismo, etnicidade e poder – um estudo em cinco cidades de Moçambique. Maputo: Livraria Universitária, 2000.

SILVA, M. J.; BRANDIM, M. R. L. Multiculturalismo e educação: em defesa da diversidade cultural. Diversa, ano I, p. 51-66, jan./jun. 2008.

ZAMPARONI, V. As “Escravas Perpétuas” & o “Ensino Prático”: Raça, Gênero e Educação no Moçambique Colonial, 1910-1930. Estudos Afro-Asiáticos, ano 24, n. 3, p. 459-482, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-546X2002000300002

Published

2021-09-09

How to Cite

HUMBANE, E. M. J. .; CHEMANE, O. D. Até quando as máscaras brancas? Educação e racismo em Moçambique: Until when the white masks? Education and racism in Mozambique. Roteiro, [S. l.], v. 46, p. e26480, 2021. DOI: 10.18593/r.v46.26480. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/26480. Acesso em: 3 jul. 2024.

Issue

Section

Seção temática: Epistemologias Negras e Processos Educativos