Direito à educação da pessoa com transtorno do espectro autista: obstáculos à sua efetivação
DOI:
https://doi.org/10.18593/ejjl.26542Palabras clave:
Direito Constitucional à Educação, Direitos das Pessoas com Deficiência, Direitos Humanos, Educação do Autista, Transtorno do Espectro AutistaResumen
A pesquisa objetiva analisar o direito à educação da pessoa com transtorno do espectro autista, os obstáculos existentes à sua implementação e os efeitos verificados no desenvolvimento e inclusão social do autista. A efetivação do direito à educação da pessoa com autismo, apesar de garantida constitucionalmente, encontra diversos obstáculos, em especial de ordem pedagógica e conceitual, bem como expressiva resistência das esferas pública e privada em possibilitarem a formação educacional dessas pessoas nas instituições de ensino. O método utilizado é o hipotético-dedutivo, apoiado em pesquisa documental, com base na doutrina, legislação e jurisprudência. Conclui que a efetivação do direito à educação da pessoa com transtorno do espectro autista, embora garantida pela Constituição Federal de 1988 e pela legislação ordinária, encontra inúmeros obstáculos, tanto de ordem pública como privada, o que dificulta e às vezes até mesmo inviabiliza o desenvolvimento e a inclusão social das pessoas com autismo.
Descargas
Citas
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-V. Porto Alegre: Artmed. 2013.
ASSUMPÇÃO JÚNIOR, Francisco Baptista; KUCZYNSKI, Evelyn (coord.). Autismo infantil: novas tendências e perspectivas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
BARROS, Ludmila da Cruz; UHMANN, Silvana. As (im)possibilidades do ensino remoto para o aluno com transtorno do espectro autista. In: Seminário Nacional de Educação Especial, 6.; Seminário Capixaba de Educação Inclusiva, 17., 2020, [s. l.]. Anais [...]. [S. l.], 2020. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/snee/issue/view/1281. Acesso em: 20 out 2021.
BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Reconhecimento e direito à diferença: teoria crítica, diversidade e a cultura dos direitos humanos. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 104, p. 551-565, jan./dez. 2009. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8235.v104i0p551-565
BOBBIO, Norberto. A Era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
BRASIL. Censo do Ensino Superior 2019: divulgação dos resultados. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2020/Apresentacao_Censo_da_Educacao_Superior_2019.pdf. Acesso em: 10 out 2021.
BRASIL. Censo Escolar 2020: divulgação dos resultados. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), 2021. Disponível em: https://download.inep.gov.br/censo_escolar/resultados/2020/apresentacao_coletiva.pdf. Acesso em: 10 out 2021.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, out. 1988.
BRASIL. Decreto n. 8.368, de 2 de dezembro de 2014. Regulamenta a Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 dez. 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Decreto/D8368.htm. Acesso em: 6 nov. 2018.
BRASIL. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 ago. 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm. Acesso em: 3 dez. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez.1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm#art92. Acesso em: 3 dez. 2021.
BRASIL. Lei n. 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. Linha de cuidado para a atenção integral às pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo e suas famílias no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_pessoas_transtorno.pdf. Acesso em: 8 out. 2018.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018.
CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇAS. CID-10. 2013. Disponível em: https://cid10.com.br/%5Ebuscadescr$?query=f84. Acesso em: 5 dez. 2021.
COTRIM, Gilberto. Educação para uma escola democrática: história e filosofia da educação. São Paulo: Saraiva, 1987.
CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2012.
CUNHA, Felipe Hotz de Macedo. Proteção contra qualquer forma de abuso e exploração e contra tratamentos desumanos e degradantes. In: TIBYRIÇÁ, Renata Flores; D’ANTINO, Maria Eloisa Famá. Direitos das pessoas com autismo: comentários interdisciplinares à Lei n. 12.764/2012. São Paulo: Memnon Edições Científicas, 2018, p. 181-190.
FERREIRA, Eliana Lúcia (org.). Esportes e atividades físicas inclusivas. Niterói: Intertexto, 2014.
GLAT, Rosana; PLETSCH, Marcia Denise. Educação inclusiva: pressupostos teóricos e dimensões políticas. 2. ed. Rio de Janeiro: EDUERJ; 2012.
GOIÁS, Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Apelação/ Reexame Necessário n. 04298858320198090011. Relatora Desembargadora Amélia Martins de Araújo. . Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Goiânia: 19 maio 2020. Disponível em: https://tj-go.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/931773268/apelacao-reexame-necessario-4298858320198090011. Acesso em: 10 out. 2021.
MARSHALL, Thomas Humphrey. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.
MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de metodologia da pesquisa no direito. 5. ed. São Paulo: Saraiva: 2009.
OLIVEIRA, Isabel de Assis Ribeiro de. Sociabilidade e direito no liberalismo nascente. Revista Lua Nova, São Paulo, n. 50, p. 159-183, 2000. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-64452000000200009
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Folha informativa: transtorno do espectro autista. 2017. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5651:folha-informativa-transtornos-do-espectro-autista&Itemid=839. Acesso em: 8 nov. 2018.
ORRÚ, Sílvia Ester. Autismo, linguagem e educação: interação social no cotidiano escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2012.
PARÁ. Tribunal de Justiça do Pará. Mandado de Segurança n. 0006760-42.2016.814.0000. Relatora Desembargadora Elvina Gemaque Taveira. Tribunal de Justiça do Estado do Pará, Belém, 30 nov. 2018. Disponível em: https://www.tjpa.jus.br/PortalExterno/institucional/Acordaos-e-Jurisprudencia/464267-autismo.xhtml. Acesso em: 10 out. 2021.
REMEDIO, José Antonio. Pessoas com deficiência e autistas: direitos e benefícios, inclusão social, políticas públicas, educação e tutela judicial individual e coletiva. Curitiba: Juruá, 2021.
REMEDIO, José Antonio; ALVES, Alexandre Luiz Rodrigues. Direito fundamental à acessibilidade e improbidade administrativa. In: SILVA, Marcelo Rodrigues da; OLIVEIRA
FILHO, Roberto Alves de. Temas relevantes sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência: reflexos no ordenamento jurídico brasileiro. Salvador: JusPodivm, 2018, p. 215-235.
PEZZELLA, Maria Cristina Cereser; BUBLITZ, Michelle Dias. Sociedade da informação e pessoas com deficiência. Espaço Jurídico, Joaçaba, v. 12, n. 2, p. 109-132, jul./dez. 2011.
PORTO, Ana Luiza Figueira; GARATINI, Mariana Cristina. Da exclusão à inclusão: o conhecimento como chave para mudança de paradigma do ensino da pessoa com deficiência. In: FIUZA, César (org.). Temas relevantes sobre o estatuto da pessoa com deficiência: reflexos no ordenamento jurídico brasileiro. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 237-252.
SANTOS, Ana Maria Tarcitano. Autismo: um desafio na alfabetização e no convívio escolar. São Paulo: CRDA, 2008.
SARLET, Ingo Wolfgang; ZOCKUN, Carolina Zancaner. Notas sobre o mínimo existencial e sua interpretação pelo STF no âmbito do controle judicial das políticas públicas com base nos direitos sociais. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 3, n. 2, p. 115-141, maio/ago. 2016. DOI: https://doi.org/10.5380/rinc.v3i2.46594
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
SCHWARTZMAN, José Salomão. Transtornos do espectro do autismo: características gerais. In: D’ANTINO, Décio Brunoni; BRUNONI, Décio; SCHWARTZMAN, José Salomão. Contribuições para a inclusão escolar de alunos com necessidades especiais: estudos interdisciplinares em educação e saúde em alunos com transtorno do espectro do autismo no município de Barueri, SP. São Paulo: Memnon, 2015, p. 13-24.
SILVA, Wanderlei Sérgio da; FERNANDES, Maria Aparecida Ventura. Estrutura e funcionamento da educação básica. São Paulo: Editora Sol, 2011.
TIBYRIÇÁ, Renata Flores; D’ANTINO, Maria Eloisa Famá. Direitos das pessoas com autismo: comentários interdisciplinares à Lei n. 12.764/2012. São Paulo: Memnon Edições Científicas, 2018.
VALLE, Tânia Gracy Martins do; MAIA, Ana Cláudia Bortolozzi. Aprendizagem e comportamento humano. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. DOI: https://doi.org/10.7476/9788579831225
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 José Antonio Remedio, Alexandre Luiz Rodrigues Alves
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
DIREITOS AUTORAIS: Autores mantêm os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial neste periódico.
CONTRATOS ADICIONAIS E DISTRIBUIÇÃO. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
DIREITOS DE REUTILIZAÇÃO: A Revista Espaço Jurídico adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC (atribuição não comercial) conforme a Política de Acesso Aberto ao conhecimento adotado pelo Portal de Periódicos da Unoesc.
Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos de autoria e menção à Revista Espaço Jurídico. Assim, nenhuma permissão prévia será necessária por parte de autores ou editores da EJJL.