VEGETAÇÃO URBANA: A PERCEPÇÃO DE TRÊS GERAÇÕES SOBRE O VALOR AMBIENTAL DA ARBORIZAÇÃO NATIVA

Autores

  • Elisangela Bini Dorigon UNOESC
  • Thays Bragagnolo UNOESC-Xanxerê-SC

Resumo

A área de estudo é o Município de São Domingos, SC; sua vegetação é típica da Mata Atlântica, apresenta apenas 7% da vegetação nativa original. O objetivo deste trabalho foi verificar a percepção de três gerações sobre o valor ambiental das árvores nativas na área urbana do Município de São Domingos, SC. A coleta foi realizada por meio da caracterização da vegetação nativa e da atual na área urbana, com a aplicação de entrevistas nos três grupos. A primeira geração foi representada pelos colonizadores do Município. A segunda geração foi composta pelos pais da terceira geração. A terceira geração, por alunos do segundo ano do ensino médio do Município. As análises e as interpretações dos dados das entrevistas foram trabalhadas em planilha Excel®, utilizando gráficos, tabelas, registros fotográficos e análise descritiva. Os resultados mostram que a primeira geração (pessoas acima dos 66 anos), conhecidos como os responsáveis pela supressão da vegetação, é imigrante do Rio Grande do Sul (55%) e iniciaram as atividades madeireiras. As espécies mais conhecidas pela primeira geração foram o carrapicho (75%), a grápia (75%) e a imbuia (65%). Dos pesquisados, 75% utilizavam erva-mate para fazer o chimarrão, e espinheira-santa (75%), pata-de-vaca (30%), fumo brabo (30%), úteis medicinalmente por meio de infusões. Espécies frutíferas, como guavirova e jabuticaba, conhecidas por todos, bem como a pitangueira (80%), pessegueiro-bravo (55%) e timbó (35%) apresentavam toxicidade, e outras causavam alergias, como a aroeira-piriquita (12,5%) e o bugreiro (62,5%). Já a segunda geração conhece espécies como angico (98%), areticum (90%), bracatinga (90%) e erva-mate (98%). A terceira geração conhece angico (90%), butiazeiro (79%), guavirova (82%), ipê-roxo (85%) e jabuticaba (94%), mas não conhece espécies como Araucaria angustifolia, observando-se que o Município é considerado capital catarinense das Araucárias. O conhecimento entre as gerações pode ser semelhante, mas a importância, os valores atribuídos para cada espécie são maiores na primeira geração. A falta de conhecimento e de valor atribuído pelas gerações jovens pode interferir na introdução de espécies exóticas no meio urbano. Na arborização urbana, sugere-se a introdução de espécies apropriadas e nativas para manter a identidade do Município. Diante da comparação entre as gerações, observa-se a necessidade de retornar à sociedade a importância de projetos de educação ambiental que abranjam todas as gerações, por meio de palestras e campanhas educativas, retomando os valores da mata nativa.

Palavras-chave: Vegetação. Nativa. Valor. Gerações. Percepção.

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Biografia do Autor

Elisangela Bini Dorigon, UNOESC

Biológa, especialista em fitossanidade, e em botânica; Mestre em Ciências da Saúde Humana.

Thays Bragagnolo, UNOESC-Xanxerê-SC

Acadêmica do curso de Ciências Biológicas

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Publicado

29-08-2014

Como Citar

Dorigon, E. B., & Bragagnolo, T. (2014). VEGETAÇÃO URBANA: A PERCEPÇÃO DE TRÊS GERAÇÕES SOBRE O VALOR AMBIENTAL DA ARBORIZAÇÃO NATIVA. Seminário De Iniciação Científica E Seminário Integrado De Ensino, Pesquisa E Extensão (SIEPE), 463. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/siepe/article/view/5372

Edição

Seção

Xanxerê - Pesquisa

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