ASPECTOS DE SAÚDE NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19
Resumo
Introdução: A saúde nutricional constitui-se como um requisito básico para a
promoção e proteção da saúde, sobretudo de crianças e adolescentes. A análise
desse fator permite o crescimento e desenvolvimento humano com qualidade de
vida e cidadania Objetivo: Avaliar o estado nutricional e características clínicas de
crianças e adolescentes das escolas municipais de ensino infantil e fundamental do
município de Joaçaba, Santa Catarina, durante a pandemia do COVID-19. Método:
Estudo transversal que faz parte de um projeto mais amplo denominado “Saúde
Escolar Joaçaba”, que reuniu informações de saúde de escolares de seis escolas
municipais de Joaçaba no período de julho de 2021à março de 2022. A coleta de
dados foi realizada através de questionário sobre hábitos de vida e marcadores de
saúde enviados aos responsáveis de cada escolar, além de medidas
antropométricas e clínicas realizadas com os estudantes mediante visitas às escolas.
O estado nutricional dos estudantes foi analisado pelos indicadores de índice de
massa corporal de acordo com o sexo e a idade do estudante, conforme
preconizado pela Organização Mundial de Saúde, que estabelece pontos de corte
para crianças até 5 anos e a partir de 6 ou mais, separadamente. O projeto foi
aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Unoesc (parecer n° 9.941290).
Resultados: Foram incluídos nesta análise 425 estudantes. Pouco mais da metade
eram do sexo feminino (51,5%), com idades entre 4 a 17 anos (média=8,4 anos),
sendo 32,5% pré-escolares. Cerca de 13,7% da amostra apresentou um novo
problema de saúde durante a pandemia ou piorou uma condição de saúde já
existente. Em relação ao estado nutricional, a prevalência de magreza foi de 4,7%
nas crianças de 4 a 5 anos, enquanto que o risco de sobrepeso foi de 23,6%, e a
11,3% o sobrepeso/obesidade. Entre aqueles com 6 anos ou mais, a prevalência de
magreza foi de 2,9%, o sobrepeso 18,2%, e 22,0% de obesidade. Em relação à
avaliação física: 75,9% apresentou aspectos normais de unhas, 89,6% de cabelo, e
83,7% da pele normais. Já 6,4% apresentou palidez palmar e 4,3% apresentou palidez
de mucosa interna do olho, compatíveis com sinais de deficiência de ferro. Mancha
de Bitot foi observado em 2,1%, como sinal clínico de deficiência de vitamina A.