Aleurites moluccana (L.) Willd.: características gerais, farmacológicas e fitoquímicas

Autores

  • Pamella Fukuda de Castilho Universidade Federal da Grande Dourados - Rodovia Dourados, Itahum Km 12, Cidade Universitária, Caixa Postal 364, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5723-0507
  • Kelly Mari Pires de Oliveira Universidade Federal da Grande Dourados - Rodovia Dourados, Itahum Km 12, Cidade Universitária, Caixa Postal 364, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9897-7770
  • Fabiana Gomes da Silva Dantas Universidade Federal da Grande Dourados - Rodovia Dourados, Itahum Km 12, Cidade Universitária, Caixa Postal 364, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1651-9213

DOI:

https://doi.org/10.18593/eba.v19i2.21528

Palavras-chave:

Noz-da-Índia, Plantas medicinais, Atividades biológicas

Resumo

Aleurites moluccana, pertencente à família Euphorbiaceae, é natural da Indo-Malásia, mas se introduziu em diversos países e no Brasil, adaptando-se bem ao Sul e ao Sudoeste. É conhecida popularmente por diversos nomes, como: “Castanha Purgativa”,” Castenheira”, “Nogueira da Índia” e “Noz-da-Índia”. Quanto à sua morfologia, é considerada uma árvore de porte médio e contém frutos com sementes grandes de aspecto áspero e oleoso. Seu clima favorável é o tropical, no entanto, desenvolve-se também em regiões subtropicais e semiáridas, e quanto ao solo é capaz de se estabelecer em solos barrosos, arenosos, encostas e até em barrancos. A adaptação dessa planta a diversas condições é uma das explicações da sua ampla distribuição geográfica. As folhas, cascas, tronco, seiva e sementes da A. moluccana são tradicionalmente utilizados para alimentação, ornamentação e habitação. Além disso, a A. moluccana tem grande destaque na medicina popular, sendo utilizada no tratamento de úlceras, conjuntivite, inflamação, cicatrização e analgesia. Nesse sentido, essa planta tem se tornado objetivo de estudos sobre seus componentes químicos a fim de encontrar esses metabólitos secundários que possuem tais atividades farmacológicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pamella Fukuda de Castilho, Universidade Federal da Grande Dourados - Rodovia Dourados, Itahum Km 12, Cidade Universitária, Caixa Postal 364, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil.

Possui graduação em Biotecnologia pela Universidade Federal da Grande Dourados (2017). Mestranda em Ciências da Saúde também pela Universidade Federal da Grande Dourados. Tem experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em Biotecnologia, atuando principalmente nos seguintes temas: microbiologia aplicada e toxicologia.

Kelly Mari Pires de Oliveira, Universidade Federal da Grande Dourados - Rodovia Dourados, Itahum Km 12, Cidade Universitária, Caixa Postal 364, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil.

Possui graduação em Farmácia Bioquímica pela Universidade Estadual de Maringá (1998), mestrado em Ciências de Alimentos pela Universidade Estadual de Londrina (2000) e doutorado-sanduiche em Ciências de Alimentos pela Universidade Estadual de Londrina e Universidade do MINHO, Portugal (2006). Atualmente é professora Associada da Universidade Federal da Grande Dourados. Tem experiência na área de Microbiologia de Aplicada, Microbiologia Ambiental, Atividade Mutagênica e Atividade antimicrobiana e mutagênica de extrato de plantas. Atua na avaliação de impacto ambiental em mananciais por meio de analises microbiológicas e Teste Ames, avalia os fatores de virulência dos micro-organismos por meio de testes de adesão e formação de biofilmes e susceptibilidade antimicrobiana.

Fabiana Gomes da Silva Dantas, Universidade Federal da Grande Dourados - Rodovia Dourados, Itahum Km 12, Cidade Universitária, Caixa Postal 364, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil.

Possui graduação em Ciências Biológicas Bacharelado (2007) pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Licenciatura (2009) pelo Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN). Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental (2011) e Doutora em Ciências da Saúde (2019) ambos pela UFGD. Tem experiência na área de Microbiologia Aplicada e Mutagênese. Atua na avaliação da atividade antimicrobiana e mutagênica de extratos de plantas medicinais e novas moléculas.

Referências

Kinch MS, Hoyer D. A history of drug development in four acts. Drug discov today. 2015;20(10):1163-68. doi:10.1016/j.drudis.2015.04.003

Heyne K. Tumbuhan berguna indonesia. Badan Penelitian dan Pengembangan Kehutanan, Departemen Kehutanan. 1987;2:1188-89.

Cesca TG, Faqueti LG, Rocha LW, Meira NA, Meyre-Silva C, de Souza MM, et al. Antinociceptive, anti-inflammatory and wound healing features in animal models treated with a semisolid herbal medicine based on Aleurites moluccana L. Willd. Euforbiaceae standardized leaf extract: semisolid herbal. J. ethnopharmacol. 2012;143(1):355-62. doi:10.1016/j.jep.2012.06.051

Hoepers SM, Souza HGT, Quintão NLM, Santin JR, Cechinel Filho V, Silva RM, et al. Topical anti-inflammatory activity of semisolid containing standardized Aleurites moluccana L. WILLD (EUPHORBIACEAE) leaves extract. J. ethnopharmacol. 2015;173:251-55. doi:10.1016/j.jep.2015.07.024.

Quintão NLM, Meyre-Silva C, Silva GF, Antonialli CS, Rocha LW, Silva RML, et al. Aleurites moluccana (L.) Willd. leaves: mechanical antinociceptive properties of a standardized dried extract and its chemical markers. Evid Based Complement Alternat Med. 2011;2011. doi:10.1155/2011/179890

Souza VC, Lorenzi H. Botânica sistemática. Nova Odessa: Instituto Plantarum; 2008. p. 640.

Ribeiro RNS, Tourinho MM, Santana AC. Agro-environmental sustainability evaluation of productive agroforestry inutis in tidal river foodplains Cametá Pará. Acta Amaz. 2004;34(3). doi:10.1590/S0044-59672004000300003

Li S, Cui Y, Zhou Y, Luo Z, Liu J, Zhao M. The industrial applications of cassava: current status, opportunities and prospects. J. Sci. Food Agric. 2017;97(8):2282-90. doi: 10.1002/jsfa.8287

Oliveira-Júnior RG, Ferraz CA, Pontes M, Cavalcante NB, Araújo ECC, Oliveira AP, et al. Antibacterial activity of terpenoids isolated from Cnidoscolus quercifolius Pohl (Euphorbiaceae), a Brazilian medicinal plant from Caatinga biome. Eur. J. Integr. Med. 2018;24:30-34. doi:10.1016/j.eujim.2018.10.011

Mavundza EJ, Mhlongo S, Cebekhulu S, Street RA, Bissessur A, Sitholeet Z, et al. Phytochemical screening of four South African poisonous medicinal plants of the family Euphorbiaceae. S. Afr. J. Bot. 2018;115:322. doi: 10.1016/j.sajb.2018.02.168

Innocent E, Joseph CC, Gikonyo NK, Nkunya MH, Hassanali A. Constituents of the essential oil of Suregada zanzibariensis leaves are repellent to the mosquito, Anopheles gambiae ss. J. Insect Sci. 2010;10(1). doi:10.1673/031.010.5701

Özbilgin S, Acıkara ÖB, Akkol EK, Süntar I, Keleş H, İşcan GS. In vivo wound-healing activity of Euphorbia characias subsp. wulfenii: Isolation and quantification of quercetin glycosides as bioactive compounds. J. ethnopharmacol. 2018. doi:10.1016/j.jep.2018.06.015.

Orellana-Cuéllar LR, Montañez JM, Moron MID, Orellana MAM, Benavente LAC, Aguilar VEL, et al. Toxicidad aguda de Aleurites moluccana por via oral en ratas Sprague-Dawley. CIMEL. 2014;19(1).

Lorenzi H. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromática. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 2003; p. 368.

Orwa C, Mutua A, Kindt R, Simons A, Jamnadass RH. Agroforestree database: a tree species reference and selection guide. Version 4.0. Nairobi, KE: World Agroforestry Centre ICRAF; 2009.

Elevitch CR, Manner HI. Aleurites moluccana (kukui). Traditional trees of Pacific Islands: their culture, environment and use. Permanent Agriculture Resource. 2006; 41-56.

Krisnawati H, Kallio M, Kanninen M. Aleurites moluccana (L.) Willd.: ecology, silviculture and productivity. CIFOR. 2011.

Duke JA. Medicinal plants of the Bible. London: Trado-medic Books; 1983.

Bittencourt CMS. Análise fitoquímica e farmacológica de plantas medicinais selecionadas da flora catarinense: Aleurites moluccana, Bauhinia microstachya e Marrubium vulgare [tese]. [Florianópolis]: Universidade Federal de Santa Catarina; 2003. 180 p.

Wayson JT. Use of oil of Aleurites triloba or Aleurites moluccana in the treatment of leprosy. Arch Derm Syphilol. 1921;4(6):818. doi:10.1001/archderm.1921.02350250097009

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 322, de 6 de fevereiro de 2017. Brasília, 2017.

Meyre-Silva C, Mora TC, Biavatti MW, Santos AR, Dal-Magro J, Yunes RA, et al. Preliminary phytochemical and pharmacological studies of Aleurites moluccana leaves [L.] Willd. Phytomedicine. 1998;5(2):109-13. doi:10.1016/S0944-7113(98)80006-8

Meyre-Silva C, Yunes RA, Santos AR, Magro JD, Delle-Monache F, Cechinel-Filho V. Isolation of a C-glycoside flavonoid with antinociceptive action from Aleurites moluccana leaves. Planta med. 1999;65(3):293-94.

Quintão NLM, Antonialli CS, Silva GF, Rocha LW, Souza MM, Malheiros A, et al. Aleurites moluccana and its main active ingredient, the flavonoid 2 ″-O-rhamnosylswertisin, have promising antinociceptive effects in experimental models of hypersensitivity in mice. Pharmacol Biochem Behav. 2012;102(2):302-11. doi:10.1016/j.pbb.2012.05.005

Donald RM, Camargo SS, Meyre-Silva C, Quintão NLM, Cechinel Filho V, Bresolin TMB, et al. Development of an oral suspension containing dry extract of Aleurites moluccanus with anti-inflammatory activity. Rev. bras. Farmacogn. 2016; 6(1):68-76. doi:10.1016/j.bjp.2015.06.011

Quintão NLM, Rocha LW, Silva GF, Reichert S, Claudino VD, Lucinda-Silva RM, et al. Contribution of α, β-Amyrenone to the Anti-Inflammatory and Antihypersensitivity Effects of Aleurites moluccana (L.) Willd. Bio Med Res. Int. 2014;2014. doi:10.1155/2014/636839

Pedrosa RC, Meyre-Silva C, Cechinel Filho V, Benassi JC, Oliveira LF, Zancanaro V, et al. Hypolipidaemic activity of methanol extract of Aleurites moluccana. Phytother Res: An International Journal Devoted to Pharmacological and Toxicological Evaluation of Natural Product Derivatives. 2002; 16(8): 765-768. doi: 10.1002/ptr.1046.

Ado MA, Abas F, Mohammed AS, Ghazali HM. Anti-and pro-lipase activity of selected medicinal, herbal and aquatic plants, and structure elucidation of an anti-lipase compound. Molecules. 2013;18(12):14651-69. doi:10.3390/molecules181214651

Said T, Dutot M, Christon R, Beaudeux JL, Martin C, Warnet JM, et al. Benefits and side effects of different vegetable oil vectors on apoptosis, oxidative stress, and P2X7 cell death receptor activation. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2007;48(11):5000-6. doi:10.1167/iovs.07-0229

Said T, Dutot M, Labbé A, Warnet JM, Rat P. Ocular burn: rinsing and healing with ionic marine solutions and vegetable oils. Ophthalmologica. 2009;223(1):52-9. doi:10.1159/000172618

Locher CP, Burch MT, Mower HF, Berestecky J, Davis H, Van Poel B, et al. Anti-microbial activity and anti-complement activity of extracts obtained from selected Hawaiian medicinal plants. J ethnopharmacol. 1995;49(1):23-32. doi:10.1016/0378-8741(95)01299-0

Locher CP, Witvrouw M, De Béthune MP, Burch MT, Mower HF, Davis H, et al. Antiviral activity of Hawaiian medicinal plants against human immunodeficiency virus type-1 (HIV-1). Phytomedicine. 1996;2(3):259-64. doi:10.1016/S0944-7113(96)80052-3

Yuliana ND, Jahangir M, Iqbal M, Wijaya CH. Screening of selected Asian spices for anti-obesity-related bioactivities. Food chem. 2011;126(4):1724-29. doi:10.1016/j.foodchem.2010.12.066

Liu H, Zhao Y, Li S-J, Ni W. Four New Podocarpane‐Type Trinorditerpenes from Aleurites moluccana. Helv Chim Acta. 2007;90(10):2017-23. doi:10.1002/hlca.200790209

Liu H, Di Y, Yang J, Teng F, Lu Y, Ni W, et al. Three novel 3, 4-seco-podocarpane trinorditerpenoids from Aleurites moluccana. Tetrahedron Lett. 2008;49(35):5150-51. doi:10.1016/j.tetlet.2008.06.088

Hui HW, Ho CT. An examination of the Euphorbiaceae of Hong Kong. Aust. J. Chem. 1968;21:1675-7. doi:10.1071/CH9682137

Meyre-Silva C, Mora TC, Santos ARS. A Triterpene and a Flavonoid Glycoside from Aleurites moluccana L. Willd. (Euphorbiaceae). Acta Farm Bonaer. 1997;16:169-72.

Silva DB, Fernandes EFA, Ferreira LS, Callejon DR, Guaratini T, Lopes JNC, et al. Megastigmanes from Aleurites moluccana (L.) Willd. (Euphorbiaceae). Biochem Syst Ecol. 2012;40:34-37. doi:10.1016/j.bse.2011.09.014

Shamsuddin T, Rahman W, Khan SA, Shamsuddin KM. Moluccanin, a coumarinolignoid from Aleurites moluccana. Phytochemistry. 1988;27(6):1908-9. doi: 0.1016/0031-9422(88)80480-1

Prabowo WC. Isolation and Characterization of 3-Acetylaleuritolic Acid and Scopoletin from Stem Bark of Aleurites moluccana (L. Willd). Int J Pharm Pharm Sci. 2013;5(3):851-53.

Alimboyoguen AB, Castro-Cruz KA, Shen C-C, Li W-T, Ragasa CY. Chemical constituents of the bark of Aleurites moluccana L. Willd. J Chem Pharm Res. 2014;6(5):1318-20.

Sotheeswaran S, Sharif MR, Moreau RA, Piazza GJ. Lipids from the seeds of seven Fijian plant species. Food chem. 1994;49(1):11-13. doi:10.1016/0308-8146(94)90225-9

Satyanarayana P, Singh SK, Kruthiventi AK, Rao GN. A new phorbol diester from Aleurites moluccana. Fitoterapia. 2001;72(3):304-6. doi:10.1016/S0367-326X(00)00314-2

Downloads

Publicado

17-12-2019

Como Citar

Fukuda de Castilho, P., Pires de Oliveira, K. M., & Gomes da Silva Dantas, F. (2019). Aleurites moluccana (L.) Willd.: características gerais, farmacológicas e fitoquímicas. Evidência, 19(2), 275–292. https://doi.org/10.18593/eba.v19i2.21528

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)