INVENTÁRIO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DE UM REMANESCENTE DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NO MUNICÍPIO DE XANXERÊ, SC
Resumo
Estudos que caracterizam a estrutura populacional de florestas nativas são de suma importância, pois a partir destes se torna possível conhecer o estado de conservação do fragmento e o comportamento populacional das espécies, resultando em técnicas de manejo adequadas para essas populações. O presente estudo teve por objetivo avaliar a estrutura fitossociológica e a distribuição da vegetação de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista, no Município de Xanxerê, SC. O remanescente possui uma área de aproximadamente 1,73 ha, onde, para a coleta dos dados, foram alocadas parcelas temporárias de 10 m x 10 m. A área é composta por diferentes estágios sucessionais, os quais estão consorciados com espécies bovinas. Por meio da coleta e da análise dos dados, identificaram-se a existência de 46 espécies, divididas em 24 famílias; entre as espécies que mais se destacaram pelo número de indivíduos se encontram a Nectandra lanceolata Nees (canela-amarela), com 33 indivíduos, seguida da Diatenopteryx sorbifolia Radlk (maria-preta), com 17 e do Prunus myrtifolia (L.) Urb. (pessegueiro-bravo), com 15 indivíduos. Além dessas, destaca-se a existência de 19 indivíduos mortos. As famílias mais expressivas na área foram a Lauraceae, a Sapindaceae e a Fabaceae, com 68, 52 e 28 indivíduos, respectivamente. Para os índices de valor de importância e valor de cobertura, os quais resultam nas espécies com melhores condições de explorar os recursos do habitat e a sua importância na cobertura vegetal do ambiente, encontraram-se os maiores valores para as espécies Nectandra lanceolata, Nectranda megapotamica (Spreng.) Mez (canela-fedorenta) e Diatenopteryx sorbifolia (maria-preta). Detectou-se no componente amostral, para o índice de diversidade de Shannon- Weaver (H’), um valor correspondente a 3,08, e para o índice de uniformidade de Pielou (J), igual a 0,8. Em relação à análise das condições locais, observa-se que a interação animal e da planta não está sendo muito positiva, em razão de que o pisoteio dos animais impossibilita a regeneração natural das espécies, danificando as plantas que se encontram na sua fase inicial de desenvolvimento. Como sugestões para amenizar o problema, pode-se isolar esses animais durante a fase de maior suscetibilidade das espécies, a fim de possibilitar o seu desenvolvimento.
Palavras-chave: Estrutura populacional. Conservação. Espécies florestais.