A DENGUE E A RELEVÂNCIA DOS EXAMES LABORATORIAIS BÁSICOS NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO CLÍNICO
Resumo
Introdução: A dengue é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, prevalente em regiões tropicais e subtropicais. As manifestações clínicas variam, podendo ocorrer complicações graves, como a dengue hemorrágica, a falência circulatória e de múltiplos órgãos. O diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações. Neste contexto, os exames laboratoriais desempenham um papel importante na confirmação do diagnóstico e no acompanhamento clínico.
Objetivo: Discutir a importância dos exames laboratoriais básicos na detecção precoce de sinais clínicos da dengue, e no monitoramento da evolução da doença, destacando a relevância do papel do analista clínico na interpretação dos resultados laboratoriais.
Metodologia: A revisão de literatura, de abordagem qualitativa, foi realizada utilizando-se as bases de dados PubMed e Scielo, selecionando artigos publicados entre 2019 e 2023. Foram selecionados estudos que abordassem a correlação entre os achados laboratoriais e os desfechos clínicos na dengue, bem como diretrizes de manejo clínico da doença. Além disso, foram revisados documentos oficiais de saúde, como os guias da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde do Brasil.
Resultados: Os estudos revisados indicaram que os exames laboratoriais básicos, como hemograma completo, função hepática, exames de coagulação, sorologia e NS1 são essenciais no manejo clínico da dengue. A trombocitopenia foi observada e constitui um dos principais marcadores para o acompanhamento da doença. A leucopenia e a presença de linfócitos atípicos também foram relatados como indicadores. O aumento das transaminases foi observado especialmente nas formas graves. Alterações nos parâmetros de coagulação, como aumento do tempo de protrombina e de tromboplastina foram frequentemente relatados na dengue hemorrágica, auxiliando na detecção de complicações. Nos testes sorológicos, os anticorpos IgM podem ser detectados a partir do sexto dia após o início dos sintomas, apesar de que em infecções secundárias sua detecção pode ocorrer a partir do segundo ou terceiro dia. A imunoglobulina IgG irá aparecer após um ou dois dias depois da IgM, e em muitos casos permanece em níveis detectáveis pelo resto da vida, gerando imunidade permanente para o sorotipo específico. A detecção qualitativa da proteína NS1 do vírus da dengue é considerada um teste de detecção precoce, sendo indicado para os primeiros dias da infecção.
Conclusão: A correlação entre os achados laboratoriais e os desfechos clínicos na dengue reforçam a importância dos exames laboratoriais básicos. Além disso, o analista clínico também tem um papel fundamental na interpretação desses resultados, possibilitando intervenções terapêuticas precoces e melhorando o prognóstico dos pacientes.