ALTERAÇÕES NA ADIPOSIDADE CORPORAL EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA SUBMETIDAS À QUIMIOTERAPIA: IMPORTÂNCIA DO CUIDADO MULTIPROFISSIONAL
Resumo
Introdução: O cuidado multidisciplinar em oncologia é um componente vital do tratamento, exigindo a integração
de diferentes especialidades para otimizar os resultados clínicos. A colaboração entre diferentes profissionais de
saúde é fundamental no manejo dos efeitos adversos do tratamento, embora muitas vezes seja subestimada. No
contexto da quimioterapia para câncer de mama, um dos efeitos colaterais observados é o aumento da
adiposidade corporal. Esse aumento pode intensificar a toxicidade do tratamento, uma vez que fármacos
citotóxicos lipofílicos tendem a se acumular no tecido adiposo, exacerbando os efeitos adversos apresentados
pelas pacientes. Objetivo: Investigar as alterações na adiposidade corporal em mulheres com câncer de mama
submetidas à quimioterapia. Método: Realizou-se uma revisão de escopo de estudos clínicos e observacionais que
avaliaram mulheres diagnosticadas com câncer de mama e que tiveram a adiposidade corporal quantificada em
pelo menos dois momentos durante o tratamento. Resultados: Dos 10 estudos analisados (n=669 pacientes), seis
relataram um aumento significativo na adiposidade corporal durante o tratamento quimioterápico. Dentre o total,
sete estudos avaliaram a relação entre o tratamento e as alterações na adiposidade, com três identificando
associação entre o aumento da adiposidade e a quimioterapia, seja administrada isoladamente ou em
combinação com outras classes de medicamentos. Conclusão: O aumento da adiposidade corporal durante a
quimioterapia destaca a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no cuidado de pacientes com câncer
de mama. A atuação conjunta de diferentes profissionais de saúde é essencial para propiciar um cuidado integral
às pacientes, abordando múltiplas necessidades apresentadas pelos indivíduos. No contexto do presente estudo,
exemplifica-se a colaboração entre nutricionistas, médicos, farmacêuticos e enfermeiros, onde intervenções
nutricionais direcionadas podem ajudar a mitigar o aumento da adiposidade, enquanto ajustes farmacológicos
atuam na redução da toxicidade associada. Ademais, as pacientes também poderiam se beneficiar com a
integração de fisioterapeutas, educadores físicos e psicólogos para promoção da realização de exercícios físicos e
suporte à saúde mental durante o tratamento. Essa abordagem integrada promove uma alimentação adequada e
facilita a interrupção do ciclo vicioso de aumento da adiposidade corporal e toxicidade à terapia medicamentosa,
possivelmente melhorando o prognóstico e a qualidade de vida das pacientes. A implementação de um cuidado
multidisciplinar, que envolva uma colaboração efetiva entre profissionais de saúde, é fundamental para um manejo
clínico mais eficaz e precoce.