ATIVIDADES GRUPAIS E O PROCESSO DE INTERAÇÃO SOCIAL ENTRE RESIDENTES DE UMA COMUNIDADE TERAPÊUTICA
Resumo
Este trabalho tem como tema a interação social entre homens residentes de uma Comunidade Terapêutica e como este processo pode vir a auxiliar no tratamento e recuperação de usuários de substâncias ilícitas. Tal estudo se originou pela falta de interação entre os participantes durante as observações realizadas. O objetivo geral do artigo é compreender como as interações sociais ou a falta delas contribuem para o tratamento e recuperação desses residentes e como as dinâmicas em grupo podem contribuir para o tratamento. Para tanto, foi feita uma revisão narrativa de literatura e a combinação dos descritores “Processos grupais”, “dependência química”, “interações sociais”, “comunidades terapêuticas”, “dinâmicas grupais” e “atuação do psicólogo no âmbito terapêutico”. A partir da literatura avaliada pesquisas foram realizadas e como método foi encontrada duas dinâmicas para utilização, a dinâmica da Empatia onde cartazes eram colocados nas costas dos participantes e conforme um passaria pelo outro deveria fazer o que dizia no cartaz por exemplo: me abrace, me diga sua música favorita, entre outros, e a dinâmica Teia de Aranha onde os indivíduos segurariam uma ponta do barbante e jogariam a outra para um colega dizendo a ele algo pelo que era grato. Contribuindo assim, com o desenvolvimento social, comunicação, expressividade entre os participantes, dando oportunidades e momentos de dizer ou agradecer por algo que no dia a dia não é dito. Como resultado obteve-se, com a ajuda da profissional de psicologia, a melhoria nos processos de comunicação dos adictos, onde eles verbalizaram mais em relação aos seus sentimentos, dificuldades enfrentadas dentro e fora da comunidade, seus objetivos, metas, assim como, também verbalizaram problematizações que ocorriam entre outros colegas dentro da Comunidade tendo a oportunidade de resolver a situação, além da melhora no funcionamento geral de toda a comunidade, tendo em vista que as atividades rotineiras da mesma é gerida e movimentada pelos próprios adictos. Ao final do estágio podemos constatar evolução entre os participantes e maior interação entre os mesmos e destacado a importância da empatia no contexto de restauração em que todos ali estão inseridos.
Palavras-chave: Comunidade Terapêutica; Dependência Química; Dinâmicas Grupais; Interação Social.