QUALIDADE DA ÁGUA DE CONSUMO HUMANO NAS PROPRIEDADES RURAIS: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE POÇOS PROFUNDOS E SUPERFÍCIAIS

Autores

  • Shara Sakira Becker Kessler Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC
  • Jéssica Fernanda Barreto Honorato Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC
  • Jackson Fábio Preuss Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC
  • Eliandra Mirlei Rossi UNOESC

Resumo

Introdução: Poços superficiais são as principais fontes de água na zona rural. No entanto, a perfuração de poços profundos tem aumentado muito nos últimos anos, pois há escassez de água em quantidade e qualidade em muitas propriedades agrícolas. Por outro lado, esses mananciais embora profundos também podem estar sujeitos a contaminações.. Objetivo: Desse modo, o objetivo desse trabalho foi comparar as características físico-químicas e microbiológicas de poços superficiais e profundos em propriedades rurais na região do Extremo Oeste- SC.  Método: Foram coletadas aleatoriamente 182 amostras de água usadas para o consumo humano provenientes de propriedades rurais localizadas na região Extremo Oeste de Santa Catarina e de famílias que não possuem acesso à água tratada. Para avaliar a qualidade da água foram realizados exames microbiológicos e físicos- químicos. Os níveis de risco para saúde humana foram avaliados usando os resultados da quantificação de coliformes termotolerantes conforme os padrões estabelecidos pela organização mundial da saúde (OMS). Para avaliar a opinião dos consumidores e as características dos mananciais foi utilizado um questionário composto por questões objetivas. Para verificar se houve diferenças estatisticas entre a contaminação microbiológica dos poços superficiais e profundos foi usado o teste de Mann-Whitney. Resultados: A maioria  (66, 48%) dos poços usados pelas famílias ainda são os superficiais, mas o uso de mananciais hídricos profundos também é significativo (33,5%).  Das amostras analisadas, apenas 30 (16,48%) estavam próprias para o consumo humano. A maioria (95,86%) das águas impróprias eram de poços superficiais e as análises estatísticas revelaram que a quantidade de coliformes encontrada nessas águas é significativamente maior quando comparado com os poços profundos. Por outro lado, 59,01% dos poços profundos também apresentaram amostras impróprias para o consumo humano. Das análises realizadas (microbiológicas e físico-químicas) o principal problema encontrado nos poços é a contaminação microbiológica. Tanto os mananciais  profundos quanto os superficiais oferecem níveis de risco aos consumidores, sendo que a maioria deles (39,4% dos profundos e 79,4% dos superficiais) apresentam riscos altos e muito alto conforme os padrões estabelecidos pela OMS. Por outro lado, 90% dos entrevistados acreditam que estão consumindo uma água de boa ou ótima qualidade, pois 48, 27% consideram cor, sabor e odor como características determinantes de qualidade. Além disso, 24,24% dos entrevistados informaram que já contraíram doenças transmitidas por águas contaminadas.  Conclusão: Os dados encontrados permitem concluir que os poços superficiais estão mais suscetíveis a contaminação, mas que os mananciais profundos também podem estar contaminados. Logo, é necessário desenvolver programas de monitoramento contínuo das águas de consumo humano e orientação aos consumidores nas propriedades agrícolas, uma vez que existe uma falsa ideia que as águas de poços são de ótima qualidade por não apresentarem alterações visíveis ou perceptíveis.

Palavras-chave: Água;  Poços; Contaminação;  Consumidores..

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Publicado

10-11-2022

Como Citar

Kessler , S. S. B., Honorato, J. F. B., Preuss, J. F., & Rossi, E. M. (2022). QUALIDADE DA ÁGUA DE CONSUMO HUMANO NAS PROPRIEDADES RURAIS: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE POÇOS PROFUNDOS E SUPERFÍCIAIS . Seminário De Iniciação Científica E Seminário Integrado De Ensino, Pesquisa E Extensão (SIEPE), e31500. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/siepe/article/view/31500

Edição

Seção

PIBIC - CNPq

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