QUALIDADE BACTERIOLÓGICA DE LEITE CRU: UM PROBLEMA PARA OS PRODUTORES
Resumo
A composição do leite o torna favorável para o desenvolvimento de várias espécies de microrganismos patogênicos, que podem contaminá-lo por meio das más condições de higiene durante sua obtenção e processamento. Nos últimos anos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estabeleceu que o leite cru deve ter qualidade bacteriológica; porém muitos produtores têm apresentado inúmeras dificuldades para conseguir os parâmetros estabelecidos pela Legislação brasileira. Desse modo, nesse trabalho teve-se o objetivo de verificar a contaminação microbiológica do leite e da água utilizados nas propriedades rurais, bem como avaliar as práticas de higienização utilizadas pelos produtores, uma vez que estas são determinantes na qualidade microbiológica do leite cru. Foram coletadas 30 amostras de água e 90 de leite cru de 30 propriedades leiteiras. No laboratório, as amostras foram submetidas a análises microbiológicas. Além disso, foi aplicado um questionário para conhecer as práticas utilizadas pelos produtores durante a ordenha e higienização dos equipamentos e instalações. Os resultados mostraram que 83,3% (25) das propriedades avaliadas apresentam quantidades de bactérias acima dos valores permitidos pelo MAPA. Em 60% (18) das propriedades foi encontrada água com contaminação por coliformes. A análise das práticas diárias utilizadas pelos produtores demonstrou que ocorrem várias falhas durante a ordenha, armazenamento e higiene nas propriedades avaliadas. Desse modo, concluiu-se que é necessário realizar capacitações continuadas para os produtores de leite, bem como averiguações frequentes, no intuito de demonstrar a importância do cuidado constante para produção do leite com qualidade bacteriológica adequada.
Palavras-chave: Leite. Contaminação. Água. Boas práticas.