ADMINISTRAÇÃO DE ANESTESIAS EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA
Resumo
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune crônica que afeta o Sistema Nervoso Central por meio da destruição da bainha de mielina dos neurônios, a qual ocasiona um dano na condução dos impulsos nervosos. Os sinais e sintomas característicos abrangem manifestações motoras, visuais, cognitivas e mentais. Cirurgias que necessitam de anestesia são normalmente inevitáveis na vida do portador EM. A administração delas nesses pacientes gera dúvida se há ou não exacerbação da doença após o uso, controvérsia que incita a especificidade de escolha no procedimento da técnica em cada enfermo. Baseado nos casos relatados, constatou-se que o uso da analgesia neuroaxial pode promover tanto a exacerbação da doença, quanto a não interferência na sua evolução. Logo, as diretrizes que dão suporte à prática das anestesias epidural e raquidiana são ambíguas, dado que A Sociedade Americana de Anestesia Regional e Medicina da Dor (ASRA) não confirma, nem nega a sua segurança. Em estudo realizado em 2015 com 231 participantes, 10 pacientes apresentaram deterioração da EM com a administração de analgesia neuroaxial e em dois casos os sintomas melhoraram após a anestesia peridural. Dentre todos os métodos anestésicos, o priorizado é a anestesia geral pois ainda é o que traz mais segurança ao portador de EM. Assim, observa-se que a conduta de cada profissional, perante a decisão de qual anestesia fazer uso, depende das condições prévias do seu paciente, visto que não há comprovação científica que os diferentes tipos de analgesia acentuem a EM.