A EXPRESSIVIDADE LITERÁRIA: APROXIMAÇÕES À METÁFORA
Resumo
O texto, sobretudo o literário, é carregado de recursos expressivos, entre eles, a metáfora. Dessa maneira, este trabalho concerne a uma brevíssima reflexão acerca do valor semântico de metáfora, com apreciação de expoentes metáforas presentes no livro Clareza e mistério da crítica (1961), de Adolfo Casais Monteiro. A respeito da metodologia, o trabalho foi, quanto aos objetivos e às fontes de informações, uma pesquisa bibliográfico-exploratória, sendo a documentação indireta o principal instrumento de coleta de dados. Da apreciação crítico-reflexiva dos dados, constataram-se relevantes informações e implicações. Em primeiro lugar, que o conceito de metáfora é multifacetado e polissêmico, isso em virtude de ter havido estudos, teorizações e sínteses sob diferentes vieses e perspectivas, desde a noção pioneira de Aristóteles (imitação artística na arte e obtenção de sentidos na produção da argumentação persuasiva na retórica, com função de expressar a elegância da língua, isso em enigmas – transposição bem feita) à da perspectiva gramatical (figura de linguagem, recurso estilístico de transposição de um termo/expressão para o plano figurado, conotativo, não literal). Em segundo lugar, que convergem as concepções quando concebem metáfora como substituição vocabular, nuances da língua, deslizamento, equívoco, inconsciência. Em suma, infere-se que, quando se versa a respeito de metáfora, aborda-se um recurso quase impossível de não ocorrer na língua(gem). Isso porquanto a própria linguagem se constitui em processos de polissemia, de paráfrase, de ambiguidade. É o recurso que a torna mais expressiva e, sobremaneira, desvela a historicidade inscrita nela, bem como a opacidade que a constitui.
Palavras-chave: Linguística. Literatura. Metáfora.