PREVALÊNCIA DE AGENTES CAUSADORES DE MASTITE EM BOVINOS CRIADOS EM SISTEMA DE ALOJAMENTO FREE STALL NA REGIÃO OESTE DE SANTA CATARINA E RESISTÊNCIA DOS AGENTES A ANTIMICROBIANOS
Resumo
A bovinocultura de leite no Brasil vem crescendo ao longo dos anos, visto que em 2011 o país atingiu a produção de 21,6 bilhões de litros de leite, tendo as regiões Sudeste e Sul como maiores produtoras. Visando ao aumento na produtividade e considerando as características do relevo na região Oeste de Santa Catarina, tem-se aumentado o número de propriedades aderindo ao sistema de alojamento de bovinos em Free Stall, entretanto, os animais criados em galpões tornam-se mais suscetíveis às enfermidades em razão do maior contato e da alta carga microbiológica do ambiente. Entre essas enfermidades, destaca-se a mastite, que se trata do processo inflamatório da glândula mamária, geralmente de caráter infeccioso, caracterizada por alterações no leite e no tecido glandular, podendo ser classificada como clínica ou subclínica, ou ainda ser classificada de acordo com o agente causador em contagiosa ou ambiental. Com o objetivo de determinar a prevalência de agentes causadores de mastite em bovinos criados em sistema de alojamento Free Stall no Oeste de Santa Catarina e avaliar a resistência dos agentes aos principais antimicrobianos utilizados para tratamento dos casos de mastite, foram realizadas coletas de leite de animais positivos para o teste California Mastitis Test (CMT), selecionados por conveniência. As amostras foram enviadas para o laboratório de microbiologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), onde foram realizados os testes para a identificação dos agentes e teste de suscetibilidade aos antimicrobianos. Observou-se que o agente de maior prevalência foi Staphylococcus sp. coagulase negativa (38,56%) , seguido de Staphylococcus sp. coagulase positiva (11,76%), Enterococcus saccharolyticus (10,46%), Staphylococcus aureus (9,15%), Streptococcus uberis (4,58%), Acinetobacter sp. (3,27%), Enterobacter aerogenes (3,27%), Alcaligenes faecalis (2,61%), Aeromonas sp. (2,61%), Streptococcus acidominimus (2,61%) e 11,11% de outros microrganismos. Em relação ao teste de suscetibilidade aos antimicrobianos, constatou-se que os microrganismos Gram positivos isolados apresentaram sensibilidade aos seguintes antimicrobianos: Ceftiofur (98,36%), Enrofloxacina (97,54%), Amoxicilina + ácido clavulânico (95,90%), Ampicilina (94,26%), Eritromicina (90,16%), Sulfametoxazol + trimetoprim (88,52%), Penicilina (87,70%), Tetraciclina (80,33%), Gentamicina (77,04%), Neomicina (65,57%), Oxaciclina (59,84%) e Estreptomicina (40,16%). Já os microrganismos Gram negativos apresentaram sensibilidade à Enrofloxacina (96%), Norfloxacina (92%), Tetracilcina (88%), Ceftiofur (80%), Gentamicina (76%), Neomicina (72%), Sulfametoxazol + trimetoprim (68%), Estreptomicina (52%), Ampicilina (44%), Lincomicina (36%), Amocicilina (36%) e Oxacilina (12%). O agente de maior prevalência Staphylococcus coagulase negativa apresentou maior sensibilidade para Amoxicilina + ácido clavulânico (98,30%), seguido de Ceftiofur (96,61%) e enrofloxacina (96,61%), enquanto o Staphylococcus aureus apresentou 100% de sensibilidade para ceftiofur e enrofloxacina, seguido de ampicilina (92,85%). Dessa forma, enfatiza-se a importância da realização de testes para identificação dos agentes, bem como testes para verificar a susuctibilidade dos mesmos, a fim de realizar-se um correto tratamento e prevenção por meio de manejo adequado de acordo com cada situação.
Palavras-chave: Free stall. Mastite. Antibiograma. Microrganismos.