PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: O CUIDADO À SAÚDE JUNTO À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Resumo
Conforme aponta a literatura, a população que vive em situação de rua representa uma parcela significativa do contingente de indivíduos e grupos socialmente vulneráveis existentes no Brasil. A complexidade do fenômeno, que abrange um emaranhado de questões (como o uso abusivo de álcool e outras drogas, conflitos familiares, entre outros) desafia o desenho tradicional das políticas públicas, ilustrando a necessidade de uma revisão constante no que se refere às formas de elaborar estratégias de intervenção eficazes. Com o propósito de colaborar para a instauração de um olhar abrangente sobre a questão, o presente estudo buscou investigar de que maneira a rede de proteção social de um município do Extremo Oeste catarinense se estrutura para atender à população em situação de rua. Nesta pesquisa de natureza descritivo-exploratória e de abordagem qualitativa, cuja amostra é composta por vinte profissionais atuantes nos setores que compõem a rede supracitada, foi possível identificar os obstáculos e limites que contornam a área da saúde pública e da assistência social. A apreciação dos dados oriundos da transcrição das entrevistas seguiu as orientações da análise de conteúdo proposta por Bardin. Os resultados foram organizados e expostos em três categorias definidas a priori, na quais, em linhas gerais, verificou-se que os setores aparentam atuar de forma isolada, cujos limites para o planejamento de ações cooperativas apresentam-se confusos, e, não obstante, evidenciam a necessidade da articulação da rede como um todo para o atendimento da demanda.
Palavras-chave: População em situação de rua. Políticas públicas. Saúde. Assistência social. Rede de proteção social básica.