SUPLEMENTAÇÃO COM COLINA PROTEGIDA (TOPLAC TRANSIÇÃO®) EM OVINOS NO TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO
Resumo
Em razão da alta necessidade de energia no terço final da gestação, as ovelhas têm propensão de desenvolver a toxemia da gestação, uma enfermidade metabólica que tem como causa a adoção de um manejo nutricional inadequado. O uso de colina protegida da degradação ruminal em vacas leiteiras visa reduzir os problemas associados ao balanço energético negativo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a suplementação de colina protegida da degradação ruminal no terço final da gestação em ovelhas leiteiras. Foram utilizadas 20 ovelhas da raça Lacaune, selecionadas de acordo com a idade reprodutiva, sendo animais de segunda e terceira gestação. Elas permaneceram confinadas em baias coletivas. Foram alocadas ao acaso em dois grupos: Grupo Controle (GC, n=10), que não recebeu nenhum tratamento, somente a dieta prevista para o período pré-parto, e Grupo Colina Protegida (GCP, n=10), que além da dieta do período pré-parto, recebeu uma dose diária de 250g de colina protegida suplementada na alimentação diária. O fornecimento ocorreu a partir do 110º dia de gestação. A avaliação ocorreu por meio da mensuração de corpos cetônicos realizada no 110o, 117o, 124o, 131o e 138o dia de gestação, e de colesterol sérico, realizada no 124o, 131o e 138o dia de gestação, após o inicio do fornecimento de colina protegida. Houve redução nos níveis de cetonas séricas no grupo GCP no 124o e no 138o dia de gestação do experimento. No GC, 30% dos animais apresentaram cetose clinica e/ou subclínica, enquanto no GCP, nenhum animal apresentou valores de cetonas acima do fisiológico. A principal função da colina é participar na exportação da gordura do fígado por meio do VLDL, melhorando o status energético nas ovelhas no terço final de gestação, o mesmo foi observado neste trabalho por meio da redução das cetonas sanguíneas de ovelhas suplementadas com colina protegida da degradação ruminal, que também foi observada em vacas leiteiras de alta produção. Os valores de colesterol no GC foram inferiores no 138o dia de gestação do experimento, indicando uma possível redução no consumo de alimentos, o que normalmente ocorre no último terço de gestação em ovelhas, principalmente, na última semana. Assim, conclui-se que a suplementação de 25g/dia de colina protegida da degradação ruminal para ovelhas leiteiras a partir do 110º dia de gestação até a última semana de antecedência da data prevista do parto reduziu os efeitos do balanço energético negativo, demonstrado pela redução dos níveis de cetonas sanguíneas e também pela manutenção dos níveis de colesterol sérico. Também reduziu os casos de cetose no terço final de gestação.
Palavras-chave: Toxemia de prenhez. Vitaminas. Doença metabólica.