TROTE SOLIDÁRIO: ACOLHIMENTO AO INGRESSANTE
Resumo
Trote é um ritual de iniciação que remonta à Idade Média e designa atos de zombaria, impondo ações em que veteranos sujeitam calouros. Introduzido no Brasil ainda no século XVIII, por influência das universidades de Portugal, com o pretexto de integrar pelo companheirismo, o trote perpetra a violência, a submissão, a ausência de civilidade e o desrespeito às leis. Tornou-se cogente investigar a continuidade do trote universitário e as razões pelas quais a mídia não apenas divulga como também incentiva sua prática na sociedade contemporânea. A preocupação recai na recusa das instituições em assumir a responsabilidade em promover trotes culturais que, em vez de violência, fomentem a cidadania e a participação acadêmica na comunidade. A partir de 1999, em razão da morte de um calouro, ocorreram no país vários progressos com o intuito de tornar o trote mais humano. Já existem instituições que promovem trotes, demonstrando que, com rigor e empenho, é possível transformar ações violentas em ações sociais que conscientizem os estudantes e beneficiem a sociedade. A portaria n. 31/UNOESC-R/2013, que dispõe sobre a aplicação de trote aos calouros nos espaços físicos da instituição, está deliberada no Art. 1º – “Fica terminantemente proibido em todos os espaços físicos da Unoesc, por parte do corpo discente, promover ações que, de qualquer forma, se caracterizem como trote violento ou agressivo aos calouros que ingressam na Instituição, com exceção do trote educativo/cidadão.” Precursor a essa portaria, o Curso de Odontologia promove, desde 2012, o trote solidário a seus acadêmicos ingressantes, em conjunto com diversas instituições parceiras. São atividades para conhecimento dos processos educativos em saúde bucal aos calouros que, precocemente, possibilita desenvolver o interesse no exercício e no aprimoramento da interação social dentro da comunidade em que se encontra inserido, como futuro profissional de Odontologia. Sempre focando na possibilidade futura de extinção dessa chaga ainda existente em nossas sociedades estudantis.
Palavras-chave: Trote universitário. Direito da pessoa humana. Universidade. Violência.