DETECÇÃO DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS, SALMONELLA SP. E MICRORGANISMOS INDICADORES HIGIÊNICO-SANITÁRIOS EM QUEIJOS ARTESANAIS COMERCIALIZADOS NO EXTREMO OESTE CATARINENSE
Resumo
O queijo artesanal possui importância econômica e cultural significativa em municípios do Extremo
Oeste Catarinense. É produzido a partir de técnicas repassadas entre gerações e, tradicionalmente, derivado do
leite cru, fator que agrega grande variabilidade em sua microbiota, podendo veicular microrganismos patogênicos
aos consumidores. Dada a importância socioeconômica do leite e seus derivados, e considerando a falta
de informações epidemiológicas sobre a qualidade desses produtos, este trabalho teve como objetivo avaliar a
qualidade microbiológica de queijos artesanais produzidos e comercializados informalmente no Extremo Oeste
Catarinense, sem a devida inspeção sanitária, evidenciando a ocorrência de Staphylococcus aureus, Salmonella
sp. e microrganismos indicadores de contaminação fecal, com o propósito de fornecer dados e informações
adicionais destinadas à população em geral e aos médicos veterinários. Método: Os materiais destinados à
pesquisa foram coletados em nove propriedades localizadas no Extremo Oeste do estado. Cada propriedade
contribuiu com uma peça de queijo, pesando entre 1kg a 2 kg. Os exemplares foram identificados, armazenados
em caixas isotérmicas e transportados para o Laboratório de Microbiologia Veterinária do Hospital Veterinário da
UNOESC, campus de São Miguel do Oeste. De cada amostra, foram pesadas três alíquotas de 25 ± 0,2g em sacos
tipo stomacher previamente identificados, destinados à pesquisa de Staphylococcus aureus, Salmonella sp. e
coliformes termotolerantes, a qual foi orientada pelas metodologias preconizadas pela Instrução Normativa Nº
62/2003 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Posterior à análise
laboratorial, constatou-se a presença de Staphylococcus aureus em 66,6% das amostras coletadas e 22,2% de
coliformes termotolerantes. Salmonella sp. não foram isoladas nas nove amostras de queijos analisadas. A alta
frequência de Staphylococcus aureus e coliformes termotolerantes revela as más condições higiênico-sanitárias em
que os queijos são elaborados, além de evidenciar o risco de infecções e intoxicações alimentares aos
consumidores, principalmente àqueles imunocomprometidos. Os resultados encontrados evidenciam a
importância do monitoramento e controle da contaminação bacteriológica do queijo artesanal, assim como de
sua matéria prima. Outrossim, é essencial fornecer aos produtores informações verídicas e reforçar sobre a
implementação de Boas Práticas de Fabricação (BPF) em toda a cadeia produtiva, assegurando que o produto
esteja dentro dos parâmetros necessários para garantir a sanidade e segurança do consumidor, além de maximizar
o retorno financeiro daquele que o produz.