SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO (SDT): A INTERDISCIPLINARIDADE DO CUIDADO AOS OLHOS DO PROFISSIONAL E DA PESSOA QUE VIVE COM A SÍNDROME
Resumo
Introdução: A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) é designada por sinais e sintomas provocados pela
compressão de estruturas neurovasculares. Os dados epidemiológicos da SDT constituem a forma neurogênica em
95% dos casos, 2% a 3%, a forma venosa e cerca de1% dos casos, a arterial. Estudar esse cenário é de suma
importância, tendo em vista que a psicologia pode auxiliar com olhares e intervenções nesse campo, a fim de
compreender os fatores emocionais experienciados pelas pessoas com SDT e sua relação com as experiências de
dor, além dos significados dessas experiências. Objetivo: Compreender como a SDT é vivenciada pela pessoa com
a síndrome, bem como, pelo profissional que a acompanha. Método: Pesquisa de campo com abordagem
qualitativa, de caráter descritivo, teve como participantes seis pessoas com a síndrome e cinco profissionais. O
cenário do estudo foram os estados de Santa Catarina e Paraná. A coleta de dados foi realizada por meio de
entrevista semiestruturada, e os dados foram analisados sob sustentação da Análise de Conteúdo de Bardin. Como
critério de inclusão, foram convidadas pessoas, com idades entre dezoito (18) e sessenta (60) anos, incluindo neste
estudo, profissionais que atuam em intervenções da SDT e pessoas com o diagnóstico. O estudo cumpriu
integralmente os aspectos éticos das Resoluções nº 466 e nº 510 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado
conforme parecer nº. 6.089.601. Resultados: Os resultados apontam que o trabalho interdisciplinar é imprescindível
para atenção integral à saúde mental e física da pessoa com a síndrome. Para tanto, o profissional de psicologia
pode contribuir resgatando aspectos da subjetividade das pessoas diante desse contexto, além de auxiliar na
compreensão e alívio do sofrimento psíquico. O estudo ainda notabilizou que as vivências, diante da complexidade
do fenômeno doloroso na síndrome, podem gerar impactos significativos e que a dor é o maior indicativo da
síndrome. Conclusão: O estudo que objetivou compreender como a SDT é vivenciada pela pessoa com a
síndrome, bem como, pelo profissional que a acompanha, notabiliza que o diagnóstico da SDT adquire um caráter
limitante, alterando os mecanismos fisiológicos e psicológicos comprometendo de forma significativa a qualidade
de vida da pessoa com síndrome. O diálogo e a comunicação destacam-se como fator primordial, no
desenvolvimento de vínculo, na compreensão e interpretação das vivências na SDT, tornando-se uma ferramenta
fundamental para a efetividade do tratamento, somado ao trabalho interdisciplinar.