MOTIVAÇÃO E COMPORTAMENTOS PARA A SAÚDE EM PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA

Resumo

Introdução: Os comportamentos relacionados à saúde são complexos e multifatoriais e pesquisadores vêm
utilizando a Teoria da Autodeterminação para examinar a motivação como fator importante para a aquisição de
hábitos saudáveis. Objetivo: Avaliar a motivação e os comportamentos para a saúde em pessoas com doenças
crônicas. Método: Esta é uma pesquisa com pessoas que apresentam diagnóstico de doenças crônicas, atendidos
no Programa “Mexa-se”, desenvolvido na cidade de Herval d'Oeste-SC. Foram realizadas duas coletas de dados,
com intervalo de 6 meses, em 2023, com aplicação de questionários sobre a prática de atividade física, hábitos
alimentares (Questionário de Comportamento Alimentar) e aspectos motivacionais relacionados aos
comportamentos de saúde (Escala de Competência Percebida; Necessidades Psicológicas Básicas; Questionário
de Autorregulação para o Exercício). Para a análise de comparação entre as coletas, após a realização do teste
de normalidade, confirmando-se distribuição homogênea, foi realizado o teste t-Student para amostras
independentes, e o teste de qui-quadrado para as variáveis categóricas, considerado o nível de significância de
p<0,05. Para as análises foi utilizado o software JASP versão 0.18.3. Resultados: Participaram da primeira coleta 149
pessoas, sendo 87,9% mulheres, com média de idade de 63 anos e na segunda coleta, participaram 147 pessoas,
sendo 88,4% mulheres, com média de idade de 64 anos. Na variável que avaliou a percepção de saúde,
considerando a primeira e a segunda coleta, houve um aumento entre as pessoas que consideram sua saúde
"boa", houve um aumento da regulação autônoma para a prática de exercício físico, assim como para o consumo
saudável de alimentos, e necessidades psicológicas básicas de autonomia e competência. Já nas variáveis de
consumo não saudável de alimentos, necessidade psicológica básica de percepção de vínculos sociais e na
regulação controlada para a prática de exercício físico, observou-se uma diminuição na segunda coleta, quando
comparada à primeira. Observou-se também um aumento nos valores de percepção de competência para o
exercício entre os participantes. Conclusão: Com o presente estudo foi possível compreender que existem fatores
motivacionais facilitadores da adoção de comportamentos promotores de saúde como a regulação autônoma
para o exercício, as necessidades psicológicas básicas de competência e autonomia, além da percepção de
saúde e de competência para o exercício entre os praticantes de um programa de atividade física. Além disso,
houve melhora nos comportamentos relacionados ao consumo saudável de alimentos. Os dados obtidos nesse
estudo podem ajudar na criação e fortalecimento de estratégias e orientações sobre a adesão e manutenção de
comportamentos relacionados à saúde.