DETECÇÃO DE CIRCOVÍRUS SUÍNO TIPO 3 (PCV-3) EM SUÍNOS DE CINCO ESTADOS BRASILEIROS ENTRE 2018-2022
Resumo
Introdução: O circovírus suíno tipo 3 (PCV-3) pertence à família Circoviridae, é pequeno, não envelopado e o seu genoma é formado por um fita simples circular de DNA. Ele tem sido associado à ocorrência de falhas reprodutivas e a problemas respiratórios. No entanto, é frequentemente detectado em coinfecções com outros agentes como: circovírus suíno tipo 2 (PCV-2), influenza suína (SIV) e Mycoplasma hyopneumoniae. Objetivo: O objetivo deste estudo foi detectar PCV-3 em suínos apresentando diferentes sintomatologias clínicas, provenientes de cinco estados brasileiros. Método: Um total de 196 amostras foram analisadas, das quais, 162 amostras eram fragmentos de pulmões com lesão coletadas em abatedouros em SC entre 2018-2019. De 34 suínos em fase de maternidade, creche e terminação, foram coletados pools de órgãos. Esses animais apresentavam os principais quadros clínicos: doença respiratória, síndrome multissistêmica do definhamento dos suínos (SMD), artrite e doenças entéricas. Esses animais eram provenientes de granjas de GO, MG, PR, RS e SC e as amostras foram coletadas entre 2021-2022. Todas as amostras foram maceradas, em seguida foram submetidas a extração do DNA e uma qPCR para amplificação de um gene específico de PCV-3. As amostras com Ct ≤ 38 foram consideradas positivas. Resultados: Cerca de 27% (53/196) das amostras testadas foram positivas para PCV-3 e eram provenientes de suínos de várias idades, apresentando sintomatologia clínica variada e de granjas de vários estados. Dessas, em 37 (18.9%) amostras também foi detectado PCV-2, além do PCV-3. Nas demais amostras positivas, outros patógenos também foram identificados (dados não apresentados). Conclusão: O PCV-3 tem se tornado um vírus endêmico na suinocultura brasileira. No presente estudo ele foi detectado em animais de granjas de vários estados brasileiros e com diferentes sintomatologias clínicas. Entretanto, a associação com o desfecho clínico nem sempre pode ser realizada devido a alta frequência de coinfecções entre PCV-3 e outros patógenos.