CARACTERIZAÇÃO GENOTÍPICA DE ISOLADOS DE ESCHERICHIA COLI PROVENIENTES DE GRANJAS DE SUÍNOS E CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DA RESISTÊNCIA FRENTE À COLISTINA

Autores

  • Leonardo Oliva Justino Vieira Unoesc Xanxerê/Discente do Curso de Medicina Veterinária, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC Xanxerê)
  • Bruna Matzembacker Unoesc Xanxerê/Mestrando (a) no Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC Xanxerê)
  • Joel Fonseca Nogueira UNIVASF/Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias no Semiárido, Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE
  • Matheus Henrique Dal Bó Marin Unoesc Xanxerê/Discente do Curso de Medicina Veterinária, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC Xanxerê)
  • Édina Bieger Unoesc Xanxerê/Mestrando (a) no Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC Xanxerê)
  • Luiz Henrique Debortoli Unoesc Xanxerê/Mestrando (a) no Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC Xanxerê)
  • Mateus Matiuzzi da Costa UNIVASF/Docente Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE
  • Simone Silveira UNOESC/Docente no curso de Medicina Veterinária e no Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC-Xanxerê)
  • Lilian Kolling Girardini

Resumo

Introdução: A criação de suínos de forma intensiva predispõe os animais a enfermidades, principalmente ocasionadas pela bactéria E. coli, como a diarreia neonatal, diarreia pós desmame e a doença do edema. Buscando-se reduzir infecções bacterianas, antimicrobianos são adicionados à alimentação animal, porém esta adição de antibióticos  pode deixar resíduos na carne, e isso está relacionado a transferência de genes de resistência a antibióticos de animais para humanos. Em virtude do potencial risco de infecções por cepas de E. coli multirresistentes a antimicrobianos em um contexto de saúde única, justifica-se realizar a caracterização genotípica e fenotípica da  resistência a antimicrobianos, em especial à colistina, em isolados de E. coli oriundos de suínos.   Objetivo: Avaliar o perfil fenotípico e genotípico de resistência de isolados de Escherichia coli oriundos de propriedades rurais com criação intensiva de suínos. Método: A pesquisa foi aprovada pelo CEUA. Foram coletadas 33 amostras (25 de suínos com diarreia, 3 de suínos sem diarreia e 5 ambientais) provenientes de granjas produtoras de suínos localizadas na região Oeste Catarinense. As amostras foram inoculadas em placas de Ágar Sangue e Ágar MacConkey, sendo estas incubadas em condições aeróbicas a 37°C por um período de 24 à 48h. Os isolados foram identificados através das características morfotintoriais e testes bioquímicos. Todos os isolados de E. coli foram submetidos ao  teste de suscetibilidade antimicrobiana pela técnica de disco difusão em ágar, no qual foram testados diferentes antimicrobianos: Amoxicilina 3-hidratada, Amoxicilina + ácido clavulânico, Ampicilina, Ciprofloxacina, Cefalexina, Enrofloxacino, Espectinomicina, Florfenicol, Lincomicina, Marbofloxacina, Sulfametoxazol + trimetoprim, Tiamulina, Tilmicosina e Tetraciclina.  Para a determinação da suscetibilidade à colistina realizou-se o teste de microdiluição em caldo para determinar a concentração inibitória mínima (CIM). Os isolados foram categorizados como sensíveis à colistina quando a CIM apresentou resultado ≤ 2 μg/mL (20 UI). Dos 33 isolados de E. coli obtidos, oito (8) foram submetidos ao sequenciamento de genoma completo. Resultados: Todos os isolados apresentaram fenótipo de resistência aos beta lactâmicos, sendo observados índices elevados à amoxicilina (96,97%), cefalexina (96,97%),  ampicilina (90,91%) e amoxicilina com ácido clavulânico (24,24%). Todos os isolados foram fenotipicamente resistentes à tetraciclina, tilosina e lincomicina. Dos isolados testados 21,21% apresentaram CIM para colistina >2 µg/ml, caracterizando-se como resistentes. Todos apresentaram um fenótipo de MDR, ou seja, foram resistentes a três ou mais classes de antimicrobianos. A partir dos oito isolados submetidos ao sequenciamento, os genes de ESBL ampC, ampC1, ampH, (Bla)AmpC1,  (Bla)AmpC2, (Bla)ampH e (Bla)Penicillin  foram detectados em (100%) dos isolados avaliados, blaTEM-105 (62,5%), blaTEM-135 (12,5%), tetA (75%), tetR (75%), (Tet)tetB (12,5%). Apenas um isolado apresentou o gene mcr-1, relacionado à resistência frente à colistina, e os demais genes mcr (2-10) não foram detectados. Conclusão: As elevadas taxas de resistência dos isolados, aos beta lactâmicos, acendem um alerta quanto ao risco da disseminação desses fenótipos bacterianos, evidenciando a importância da conscientização quanto ao uso prudente de antimicrobianos na saúde animal e a necessidade de monitoramento do perfil de resistência antimicrobiana e implementação de novas medidas de prevenção buscando-se reduzir o risco de disseminação de bactérias multiressitentes.

Palavras-chave:  Escherichia coli; Sanidade animal; Saúde única.

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Publicado

10-11-2022

Como Citar

Oliva Justino Vieira , L., Matzembacker, B., Fonseca Nogueira , J., Dal Bó Marin , M. H., Bieger, Édina, Debortoli, L. H., Matiuzzi da Costa , M., Silveira, S., & Girardini, L. K. (2022). CARACTERIZAÇÃO GENOTÍPICA DE ISOLADOS DE ESCHERICHIA COLI PROVENIENTES DE GRANJAS DE SUÍNOS E CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DA RESISTÊNCIA FRENTE À COLISTINA. Seminário De Iniciação Científica E Seminário Integrado De Ensino, Pesquisa E Extensão (SIEPE), e31225. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/siepe/article/view/31225

Edição

Seção

PIBIC - CNPq

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