DESEMPENHO E CANSAÇO EM TEMPOS DE COVID-19

Resumo

Introdução: Cartografar as principais implicações da covid-19 na vida da comunidade acadêmica de uma universidade do oeste catarinense, e observar as implicações em relação a sociedade de desempenho e do cansaço, não é apenas um problema de pesquisa, mas um lugar privilegiado para pensarmos os efeitos da pandemia na construção de nossa subjetividade. Objetivo: Cartografar quais são as principais implicações da covid-19 na vida da comunidade acadêmica de uma universidade do oeste catarinense, e quais destas implicações se relacionam com a problemática da sociedade de desempenho e do cansaço. Método: O estudo tem caráter descritivo com abordagem quali-quantitativa, realizado em uma universidade do Oeste de Santa Catarina,  a coleta dos dados se deu por meio de questionário semiestruturado, seguindo os procedimentos de aceite e termos protocolares, disponibilizado de forma online através do Google Formsl a estudantes e professores, para a análise dos dados, também foi utilizada a plataforma Google Forms, sendo os resultados apresentados em relação a quantidade e tipo de respostas de cada indivíduo, sendo que para as questões abertas utilizou-se como parâmetro o método análise de conteúdo de Bardin. Resultados: A amostra foi constituída por 120 estudantes e 5 professores dos mais variados cursos e períodos em uma universidade do oeste catarinense Entre os resultados cada destacar que os entrevistados ao responderem sobre se mantém um equilíbrio saudável entre seu trabalho/estudo e vida pessoal, 62,3% afirmaram que não, pois é sempre muito difícil para conseguir manter o equilíbrio, e 31,2% afirmaram que sim, na maior parte do tempo. Em relação sobre o quão responsável se sentem pelo seu sucesso, 80,4% responderam que o sucesso depende da dedicação, e 16,5% que não se sentem responsáveis pelo sucesso. Outro dado significativo diz respeito se vivenciaram esgotamento ou estresse causados pela sua rotina, em especial depois da pandemia, e com qual frequência, a maioria 92,3% responderam que sim, e destes 50,5% praticamente todos os dias. Quanto questionados quanto ao tédio, a 36.3% responderam que logo procuro algo para se manter ocupado, pois não conseguem se manter entediado, 28,3% afirmam que sempre se mantém ocupado(a), nunca tenho tempo para sentir tédio e apenas 13,5% quando entediados procuram esquecer o mundo e aproveitar o momento. Sobre a sua relação estando em casa 86,3% se dizem cansados e ainda continuam pensando sobre os problemas do trabalho ou da universidade. E sobre o quão segura se sente em relação ao emprego ou a futuro profissional, 72,5% se sentem inseguros ou muito inseguros. Conclusão: Conforme o exposto compreende-se que os resultados colaboram para a hipótese que vivemos numa sociedade do cansaço, a pandemia parece que acentuou essa tendência, fica evidente também o papel e a necessidade por parte das organizações da ruptura com este tipo de pensamento de matriz econômica e individualizadora, e a importância da criação de mecanismos de identificação do cansaço e de práticas efetivas específicas para combatê-lo de forma coletiva, social e estrutural. Além disso este estudo ajuda a cartografar subjetividades que perpassam a nossa região e suas dinâmicas de atuação e resistência..