MALFORMAÇÕES FETAIS EM SUÍNOS – RELATO DE QUATRO CASOS
Resumo
Introdução: Malformações, também referidas como anomalias congênitas, monstruosidades ou formações bizarras dos fetos, correspondem a defeitos morfológicos de um ou mais órgãos ou de uma região do corpo do animal, resultantes de um processo anormal do desenvolvimento fetal decorrente de uma relação multifatorial e complexa entre os fatores genéticos e ambientais. Em suínos, podem atingir um ou mais leitões de uma mesma leitegada e o grau da gravidade é variável. Alguns pequenos defeitos são considerados comuns, outros são incompatíveis com a vida, podendo causar perdas econômicas na produção. Objetivo: A finalidade do presente trabalho é relatar a ocorrência e os resultados de necropsia de quatro casos de malformação em leitões. Método: Foi realizado um estudo retrospectivo da casuística de necropsia de suínos com malformações realizadas no Laboratório de Patologia Veterinária da Clínica Veterinária Escola da UNOESC/SMO abrangendo o período de 2017 a 2021. Resultados: Durante o período estabelecido foram realizadas necropsia de oito suínos, sendo quatro (50%) com malformações. Caso 1: suínos de um dia de vida apresentando membros pélvicos apresentando projeção caudo-dorsal, partindo da articulação do tarso; membros torácicos com má formação na articulação escapulo-umeral, voltando-se dorsomedialmente a partir da articulação do carpo; ambos com deformidade dos tendões flexores; porção tóraco-lombar da coluna espinhal em formato de ‘’S’’; projetando-se dorsalmente; esterno protuberante e projetado ventralmente com as últimas cartilagens costais voltadas medialmente. Caso 2: dois suínos de um dia de vida, um maior e outro menor, unidos pelo tórax e abdome; ambos com crânios formados e com encéfalo; no menor os membros torácicos são menores e deslocados caudalmente; órgão torácicos presentes apenas no indivíduo maior e compartilhado por ambos, no menor havia liquido preenchendo o espaço; cada indivíduo possuía seu diafragma e seu estômago (ligados por um cordão fibroso); esôfago ausente e piloro estenosado no indivíduo menor; intestinos se unem em região de jejuno, continuando como um no indíviduo maior; presença de testículos e ausência de pênis em ambos. Caso 3: fusão das eminências nasais medianas (ciclopia); presença de olho mediano; presença de nariz proboscídeo, osso e cartilagem nasais se localizam acima do único olho medial, o qual não tinha comunicação com o sistema respiratório e nem apresentava orifícios nasais formados; maxila mais curta; protusão de mandíbula; ausência de encéfalo e presença de conteúdo seroso preenchendo a calota craniana. Caso 4: suíno de um dia de vida apresentando membros pélvicos apresentando projeção caudo-dorsal, partindo da articulação do tarso; membros torácicos com má formação na articulação escapulo-umeral, voltando-se dorsomedialmente a partir da articulação do carpo; ambos com deformidade dos tendões extensores; porção tóraco-lombar da coluna espinhal em formato de ‘’S’’; com porção lombar projetando-se dorsalmente. Conclusão: Os suínos 1 e 4 apresentaram malformações semelhantes, porém diferentes dos suínos 2 e 3, portanto não puderam ser relacionadas. Mais pesquisas precisam ser desenvolvidas no intuito de relatar as possíveis causas das malformações na espécie suína, para que possam ser prevenidas e não influenciarem na produtividade.