EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E INTENÇÃO DE EMPREENDER DOS ESTUDANTES DE ENSINO SUPERIOR
Resumo
O empreendedorismo é visto como um conjunto de técnicas e práticas capazes de promover a geração de riquezas e o desenvolvimento sustentável (BAGGIO; BAGGIO, 2014). Neste contexto as universidades estão buscando remodelar o seu papel na sociedade que estão inseridas, desenvolvendo um perfil de universidade empreendedora, onde o ensino empreendedorismo é compreendido como propulsor da inovação, da geração de empregos, crescimento econômico e social. (RUIZ; MARTEZ, 2019). Entende-se oportuna e relevante esta pesquisa para ampliar a compreensão dos temas educação empreendedora (EE) e intenção de empreender (IE), principalmente em países caracterizados como emergentes, em que o empreendedorismo por necessidade é um fator essencial para gerar o desenvolvimento econômico. Objetivo: Diante ao exposto, o objetivo deste estudo é analisar o efeito da educação empreendedora (EE sob a intenção de empreender de estudantes Universitários do Sul do Brasil. Método: A pesquisa é caracterizada como de abordagem quantitativa, e adotou o método de levantamento do tipo survey. O instrumento para a coleta dos dados é um questionário com 17 perguntas fechadas. Ressalta-se que essa pesquisa faz parte de um estudo de maior desenvolvido pelo GUESS, o Estudo GUESSS (Global University Entrepreneurial Spirit Students’ Survey), é um dos maiores projetos de pesquisa sobre o empreendedorismo realizado a nível mundial, que busca caracterizar o espírito, as atividades e a IE dos estudantes universitários. A amostra desta pesquisa é caracterizada por 326 alunos dos cursos de administração, ciência da computação, engenharia, arquitetura, design, ciências da saúde e psicologia, de uma universidade de Santa Catarina. Resultados: Os resultados do modelo estatístico proposto para esta pesquisa demonstram que a Educação Empreendedora não modera a relação entre as variáveis independentes atitude em relação ao empreendedorismo, as normas sociais e a capacidade empreendedora percebida (autoeficácia) sob a variável dependente Intenção Empreendedora. Conclusão: Com base nos achados desta pesquisa, foi possível concluir que os fatores como attitude de empreender e a capacidade empreendedora percebida, influenciam significativamente a IE. Já os fatores externos como as normas sociais percebidas não se apresentam como fatores influenciadores. Ainda foi possível identificar que a EE não modera as relações entre as variáveis attitude em relação ao empreendedorismo, capacidade empreendedora percebida e normas sociais na formação da IE, ou seja os fatores relacionados ao ensino e aprendizagem do empreendedorismo não são percebidos pelos estudantes universitários brasileiros como fatores que despertam e ou impulsionam sua intenção para iniciar um negócio.