ANÁLISE BIOMECÂNICA DA POSTURA E DA MARCHA DE ACADÊMICOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Resumo
Introdução: Problemas na coluna estão cada vez mais recorrentes atualmente. Além disso, dificuldade na mobilidade articular e lesões estão se agravando, também, devido ao sedentarismo e a prática incorreta de exercícios. O deambular humano, prática inerente a quase todos os indivíduos, também pode ser afetado, gerando problemas de equilíbrio, alterações nos movimentos e impactando habilidades funcionais do dia a dia e consequências negativas em atividades laborais. Para acadêmicos do curso de Educação Física e profissionais da área da saúde, que vão atuar na promoção e desenvolvimento da saúde, bons padrões de marcha fazem-se necessários. Objetivo: Analisar desvios posturais da coluna vertebral e padrões de marcha relativos à amplitude dos joelhos, tempo e comprimento de passada de acadêmicos da educação física. Método: Esse estudo é quantitativo e descritivo. A amostra foi intencional e composta por 10 indivíduos, 5 homens e 5 mulheres do curso de Educação Física, com idade média de 22,2 ± 5,02 anos, estatura média de 175,60 ± 13,24 cm e massa média de 77,20 ± 14,83 kg. Como critérios de inclusão, todos eram ativos fisicamente e todos realizavam atividades de estágio ou práticas laborais na área de atuação. A coleta contou com a utilização da fotogrametria com um espelho translúcido e pré-demarcado com níveis. As imagens foram geradas com uma câmera de 12 megapixels com uma resolução de 4608x2592. Para análise do movimento da marcha foi utilizado um calibrador de um metro de comprimento com marcações a cada 20cm, construído pelos próprios pesquisadores. As filmagens da marcha foram realizadas por câmera com resolução de 4k e velocidade de aquisição de 60Hz. Tanto as imagens da postura quanto as filmagens da marcha foram avaliadas no software Kinovea®. Resultados: Com a análise da imagem da postura, 80% dos alunos apresentavam ombro direito mais baixo que o esquerdo. Também foi possível identificar uma protusão de ombro em 70% dos participantes. Na análise da marcha a correlação entre estatura e tempo de passada (p = 0,860), mostrando que quanto maior a estatura maior foi o tempo da passada. Nenhuma outra correlação se firmou com as variáveis estudadas, indicando que massa, estatura, amplitude não se correlacionam. Uma variável que deveria ser relacionada é o ângulo de flexão máximo entre joelhos direito e esquerdo. Conclusão: Os estudantes da Educação Física apresentam elevados índices de desvios posturais, sendo predominante o ombro direito baixo, com incidência em ambos os sexos. Entre as análises biomecânicas da marcha, a variável que apresentou correlação foi a estatura e o tempo da passada, mostrando que quanto maior a estatura maior foi o tempo da passada. Outra questão é que não houve correlação entre a amplitude do joelho esquerdo e a amplitude do joelho direito. Como esta variável não se correlacionou, pode-se identificar uma marcha assimétrica indicando um distúrbio para o grupo estudado. No entanto, mostra-se necessário apurar e realizar estudos em laboratório e colher informações para determinar as possíveis causas que estão levando estes estudantes a executarem marchas assimétricas.
Palavras-chave: Fenômenos Biomecânicos. Desvio Postural. Marcha.