A PERSPECTIVA FREIRIANA EM UMA CONSTRUÇÃO PEDAGÓGICA DE BIOLOGIA: GÊNERO, SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO MENSTRUAL
Resumo
Introdução: Os episódios vivenciados nos últimos anos na educação - a influência do neoconservadorismo nos pressupostos políticos da educação, como na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como a aposta feita pela ala conservadora na criação de um pânico moral sobre o material Escola sem Homofobia, o chamadoKitGay,eoprojetodeleiEscola“Sem”Partido,quevisava, justamente, inserir uma ideologia única dentro das escolas (com ideias conservadoras) - revelam a importância da luta por um currículo laico e democrático, que visa a liberdade dos educandos e das educandas, levando em consideração a transformação da sociedade na superaçãodequalquerformade descriminação. Assim, a proposta defendida no presente estudo sugere uma possível transformação no planejamento e na atuação pedagógica sobre o processo de ensino-aprendizagem de Reprodução Humana, Sexualidade e Menstruação. Objetivo: Abordar uma experiência na construção pedagógica a partir da elaboração de vídeo-aulas sobre educação menstrual e gênero e sexualidade ministradas em aulas de Biologia, realizada emumaescolapúblicade Santa Catarina no ano de 2020. Método: Foi realizada uma entrevista gravada via Google Meet durante o período pandêmico. Participaram da gravação das aulas sobre educação menstrual três convidadas (uma estudante de medicina, uma publicitária revendedora de produtos voltado à menstruação e uma arte educadora mestre em artes visuais) que compartilharam suas experiências, vivências e conhecimentos sobre a menstruação. Já na aula sobre gênero e sexualidade, a convidada trabalhava como assistente social. As entrevistas foram gravadas, editadas e enviadas para os/as educandos/as assistirem e refletirem. Resultados: A partir dasreflexões,percebemosqueaSexualidadeeaMenstruação
24 a 28/10/2022 | ISSN 2237-6593 https://periodicos.unoesc.edu.br/siepe
são um pequeno recorte de todas as relações sócio-políticas que devemos repensar enquanto educadores/as. Também compreendemos que, paraalémdos comuns exemplos didáticos, a heteronormatividade não deve ser a Lei na Embriologia. Por fim, convidar diferentes profissionais auxilia na construção de uma aula transdisciplinar, ultrapassando, consequentemente, a exclusividade do conteúdo técnico-científico. Conclusão: Concluímos que um/a educador/a progressista, numa perspectiva freiriana, deve ser um/aeducador/adoseutempo, disposto a desconstrução necessária para uma prática educativa inclusiva e respeitosa junto a educandos e educandas. Salienta-se que o presente resumo foi apresentado no XXIII Fórum de Estudos: Leituras em Paulo Freire, no primeiro semestre de 2022 com o título Formação de professores deBiologianaperspectiva freiriana sobre a sexualidade e a menstruação.