CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E ESCOLA, BASEADA NO ENSINO-APRENDIZAGEM POR COMPETÊNCIAS (CURSO DE ENGENHARIA CIVIL)
Resumo
Introdução: A Resolução nº 7, publicada pelo Ministério da Educação (MEC) em 18 de dezembro de 2018, estabeleceu a chamada "Curricularização da Extensão”, determinando, entre outros, que as atividades de extensão deverão fazer parte das matrizes curriculares dos cursos de graduação. Nesse contexto, o curso de Engenharia Civil, da Unoesc campus Chapecó, teve sua primeira experiência de extensão – no formato curricular, no segundo semestre letivo do ano de 2022, a qual é objeto de análise do resumo aqui apresentado. Objetivo: Considerando o caráter extensionista proposto, a atividade descrita teve como objetivo estimular a integração entre a universidade e a comunidade escolar, promovendo o desenvolvimento de diferentes competências em estudantes de níveis de ensino distintos. Método: Para atingir o objetivo, foram programadas ações sequenciais, baseadas no ensino e na aprendizagem por competências, das quais participaram 27 acadêmicos do curso de Engenharia Civil da Unoesc Chapecó e 16 estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da Escola de Educação Básica São Francisco, localizada no bairro Seminário, em Chapecó/SC, além de professores e gestores. As ações ocorreram entre os meses de julho e outubro de 2022, consistindo em capacitações sobre pontes e sobre o software de análise estrutural Ftool, bem como na participação dos estudantes no “Desafio de Protótipos de Pontes em Escala Reduzida – Edição 2022: Pontes de Palitos de Picolé”, organizado pelo colegiado do curso de Engenharia Civil. Para o desafio, foram formadas equipes mistas – compostas por estudantes da escola e por acadêmicos do curso –, que trabalharam de forma integrada no projeto e na execução de pontes de palitos de picolé, as
quais foram posteriormente avaliadas segundo critérios de resistência, economia de material e estética. Resultados: A divisão das turmas em equipes mistas permitiu o compartilhamento de conhecimentos e experiências entre os estudantes, que puderam desenvolver habilidades distintas, de forma colaborativa (inclusive habilidades sociais). A experiência possibilitou aos envolvidos o acesso a rotinas análogas àquelas que fazem parte do dia a dia do engenheiro civil, tais como o desenvolvimento de projetos, a execução de obras, o gerenciamento de equipes de trabalho e de cronogramas. Conclusão: Diante disso, conclui-se que a
curricularização da extensão pode ser vista como uma oportunidade para a integração entre universidade e escola, promovendo e solidificando o vínculo entre os dois níveis de ensino. A aproximação entre a universidade e os estudantes do ensino médio pode vir a atuar como uma fonte de incentivo para a continuidade dos seus estudos e o seu futuro ingresso no ensino superior, de modo que a curricularização da extensão, como previsto, venha a atuar como agente de mudanças na comunidade.