O ESTILO CONTROLADOR DO DOCENTE E SUA RELAÇÃO COM A MOTIVAÇÃO PARA APRENDER EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Resumo

Introdução: O comportamento das pessoas é influenciado por orientações motivacionais, e a Teoria da Autodeterminação tem sido utilizada nos últimos anos, como sendo um modelo motivacional que considera as diferentes perspectivas, as influências contextuais na motivação e as percepções interpessoais, analisando se as condutas são realizadas de forma voluntária e autônoma. Esta teoria propõe que o estilo de ensino do docente pode ser conceituado ao longo de um contínuo, que vai desde o controle, até o apoio elevado à autonomia. Apoiar a autonomia consiste em nutrir os recursos motivacionais internos do estudante, proporcionando fundamentos explicativos, utilizando uma linguagem não controladora, mostrando paciência para permitir aos estudantes o tempo necessário para aprender no seu próprio ritmo. Em contraste com o apoio à autonomia, há um estilo de controle na sala de aula. Nesse caso, os professores garantem que as atividades sejam conduzidas apenas de acordo com seu modo de pensar, sentir e se comportar. Quando os professores usam o controle de apoio, eles fazem com que os estudantes abandonem seus próprios recursos motivacionais internos para realizar atividades e tentar resolver problemas com base nas necessidades do professor. Saber como se relacionam as diferentes variáveis motivacionais e cognitivas permite que os envolvidos no processo de ensino encontrem e apliquem as estratégias necessárias para alcançar mais sucesso e envolvimento dos estudantes em suas aprendizagens. Objetivo: Analisar a relação entre estilo controlador do docente, a motivação para aprender e a percepção de competência profissional em estudantes universitários. Método: Participaram deste estudo os universitários matriculados nos cursos compreendidos em todas as áreas do conhecimento, da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Foi elaborado um instrumento contendo escalas que avaliam o estilo controlador do docente; a motivação acadêmica; as necessidades psicológicas básicas e a percepção de competência profissional. O tempo necessário para completar a pesquisa foi de aproximadamente 15 minutos, com a utilização de um formulário online. Resultados: Participaram deste estudo 207 estudantes universitários, com média de idade de 24 anos, mínima de idade de 17 anos e máxima de 54 anos, sendo 51 homens (24,64%) e 156 mulheres (75,36%). Os resultados deste estudo demonstram que houve correlação positiva entre a percepção de competência profissional e as necessidades psicológicas básicas (autonomia, competência e relacionamento) e as motivações intrínsecas para experiências estimulantes, para realização pessoal e para conhecimento. Observa-se também a correlação negativa entre a percepção de competência profissional e a desmotivação. Além disso, houve correlação positiva entre o estilo controlador docente e a motivação extrínseca por regulação externa e a desmotivação. Assim como a correlação negativa do estilo controlador do docente e a percepção de competência profissional. Conclusão: É possível concluir que o estilo de ensino controlador do docente pode ser um fator negativo durante as aulas, uma vez que podem resultar em recursos motivacionais externos, regulador por incentivos contingentes aos resultados, pressão ou punição (busca somente pela nota) e menor percepção de competência. Esses dados podem ajudar a desenvolver evidências empíricas direcionadas a fim de fortalecer as práticas pedagógicas e organização de programas educacionais.