EFEITOS DA REALIDADE VIRTUAL NA MOBILIDADE DE TRONCO DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON
Resumo
Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma patologia neurodegenerativa do sistema nervoso central manifestada de forma crônica e progressiva. Caracterizada pela rigidez e bradicinesia, as quais dificultam os movimentos voluntários no controle
de tronco. Diante destes fatos, os recursos fisioterapêuticos mostram-se importantes e benéficos para melhorar a condição funcional dos indivíduos com DP. Objetivo: Avaliar o efeito da Realidade Virtual (RV) na Mobilidade de Tronco (MT) de indivíduos
com DP vinculados às atividades do curso de fisioterapia da UNOESC. Método: O estudo se caracteriza por estudo quantitativo, com delineamento experimental do tipo ensaio clínico randomizado. Os pacientes foram recrutados da Clínica Escola de
Fisioterapia da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste/SC, de acordo com os seguintes critérios de inclusão: estadiamento da DP de 1 a 3 pela escala Hoehn e Yahr, idade entre 50 e 80 anos e deambular sem dispositivo auxiliar. Todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) com orientação sobre o estudo, submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC para apreciação e aprovação, número de parecer 5.545.960. A amostra foi composta por 14 indivíduos, de ambos os sexos, com DP. Para efetuar a seleção da amostra foi realizada uma entrevista estruturada para coleta de dados e verificação dos critérios de inclusão e exclusão. Todos os indivíduos foram avaliados pela Escala de Mobilidade de Tronco (EMT) e pela goniometria no pré e pós protocolo de intervenção. Os indivíduos foram
divididos de maneira cegada e randomizada em dois grupos (GRV e GC), onde o grupo intervenção realizou protocolo da realidade virtual durante 20 minutos diariamente, no mesmo horário, durante duas semanas consecutivas, com exceção
aos finais de semana, totalizando 10 dias de intervenção. O grupo controle seguiu com a rotina normal durante as duas semanas do protocolo. Os parâmetros analisados foram a mobilidade de tronco através da EMT e da goniometria. Resultados: A média geral de idade foi de 63, 86 anos para o GRV e 69,00 para o GC. Em relação ao tempo de diagnóstico, o GRV apresenta média menor se comparado ao GC. Quanto ao grau de acometimento da doença classificada pela escala H&Y, os dois grupos se mantiveram semelhantes. No que se refere aos tratamentos realizados, farmacológico e fisioterapêutico, ambos os grupos, já realizaram os recursos terapêuticos. Houve melhoras nas amplitudes de movimento de tronco avaliadas pela goniometria e EMT, embora não foram estatisticamente significativas a nível de p<0,05. Conclusão: As evidências apresentadas nesta pesquisa apontam que o efeito da RV na mobilidade de tronco de indivíduos com DP por 20 minutos diários, durante 10 dias consecutivos apresentou melhoria e ou manutenção da postura adotada pelos pacientes aprimorando sua capacidade funcional de vida
diária. Por isso, o treino com RV se apresenta como uma ferramenta adicional para o tratamento e manutenção da DP. Mediante isso e com base no transcorrer da pesquisa, ainda se reforça a necessidade de mais intervenções para melhora da
mobilidade de tronco em prol de maiores resultados.
Palavras-chave: Doença de Parkinson; Mobilidade de Tronco; Realidade Virtual.