PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA E AÇÕES INTERSETORIAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Resumo
Introdução: O Programa Saúde na Escola (PSE) tem o intuito de contribuir para a formação de estudantes da rede pública de ensino. Esta esfera de educação deve ser redirecionada e vinculada a realização de ações como prevenção, promoção e atenção à saúde de maneira integrada entre as escolas, as equipes de saúde e outras redes de serviços sociais ao enfrentamento de vulnerabilidades, em âmbito de Atenção Básica. Objetivo: Analisar a percepção de profissionais que atuam na área da saúde sobre a intersetorialidade na condução das ações do Programa Saúde na Escola em municípios da Região de Saúde do Extremo Oeste de Santa Catarina. Método: Pesquisa qualitativa e amostra intencional. A coleta de dados ocorreu entre os meses de outubro e novembro de 2021 por meio de um questionário eletrônico elaborado pelas autoras. A análise dos dados foi realizada por meio da metodologia Bardin (2016). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unoesc com o parecer número 5.264.275. Resultados: Participaram do estudo 27 profissionais da Atenção Primária de 26 municípios da região do Extremo Oeste de Santa Catarina. Os participantes são profissionais da gestão, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, odontólogos e psicólogos, todos sinalizaram conhecer o programa e destacaram como uma oportunidade de promoção de saúde pública, integração e comunicação entre a saúde e as escolas. A percepção sobre a intersetorialidade é destacada no que se refere à promoção do conhecimento e de entendimento das crianças e adolescentes referente questões como prevenção das doenças e educação em saúde. Consequentemente, o desenvolvimento das ações no ambiente escolar conta como produção de indicadores de saúde e facilita para os profissionais da saúde o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dos escolares. Os profissionais também sinalizaram algumas adversidades na execução do PSE, prevalecendo questões referentes ao excesso de demanda de atendimentos nas unidades de saúde, acarretando em sobrecarga e falta de tempo dos profissionais para o planejamento e execução das ações e atividades efetivas do programa, como também, demandas burocráticas quanto ao preenchimento dos dados e indicadores de desenvolvimento. Ainda, alguns impasses provindos das escolas quanto aos agendamentos das atividades, principalmente, no período pós pandêmico, e dificuldades de abrangência devido ao grande número de escolas pactuadas e a necessidade de deslocamento até as mesmas. Conclusão: Com base nos dados coletados na pesquisa, entende-se como percepção dos profissionais da saúde que o planejamento e o desenvolvimento das ações do PSE são imprescindíveis para a melhoria na saúde pública, tarefa de responsabilidade conjunta entre as equipes da saúde e as escolas dos municípios. Sobretudo, denota-se grande dificuldade na realização desta promoção em saúde, principalmente durante e após período pandêmico.
Palavras-chave: Atenção Primária em Saúde, Avaliação em saúde, Colaboração intersetorial.