DORMÊNCIA DE SEMENTES DE NECTANDRA LANCEOLATA (LAURACEAE)
Resumo
A demanda por mudas de espécies florestais nativas vem crescendo em função da necessidade de adequação ao Código Florestal de 2012. No entanto, para a maioria destas espécies não existem protocolos de germinação estabelecidos. Assim, objetivou-se avaliar a causa e os métodos mais eficazes de superação da dormência de sementes de Nectandra lanceolata Nees (Lauraceae). As sementes foram coletadas em São José do Cedro, Joaçaba, São Miguel do Oeste e Iporã do Oeste, SC. Foi realizada a identificação da causa da dormência (curvas de absorção de água, teste de germinação de alface com extrato do tegumento, análise da morfologia dos embriões e a presença de lignina e compostos fenólicos) e a definição de métodos de superação (ácido giberélico 0,02% e 0,08%, estratificação em areia por 10 e 30 dias, remoção do tegumento e germinação sob luz vermelha). Foram verificados embriões maduros em todas as sementes analisadas e lignina nos tegumentos, entretanto, ocorreu a embebição, descartando prováveis dormências física e morfológica. O extrato hidroalcóolico do tegumento das sementes de N. lanceolata inibiu a germinação das sementes de alface e foi verificada a presença de compostos fenólicos no tegumento e no embrião. O tratamento de superação de dormência mais eficiente foi a retirada de tegumento. São necessários estudos relacionados à presença de outros inibidores e da resistência mecânica do tegumento ao desenvolvimento do eixo embrionário. Podendo ser identificada a dormência fisiológica, compostos fenólicos, e indicada a remoção do tegumento como tratamento de superação.