POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS E DESAFIOS
Resumo
O texto atém-se a analisar alguns paradoxos e contradições presentes nos processos de materialização das políticas públicas de formação de professores no cotidiano escolar. A partir da obrigatoriedade de se ter formação superior para atuar no magistério da educação, prevista na LDB, os cursos de licenciatura proliferaram-se pelo país afora, em modalidades e em instituições de ensino superior as mais diversas, sem a presença de uma política de Estado capaz de assegurar a qualidade dessa formação. As políticas de formação de professores são uníssonas no entendimento de que as necessidades de formação de professores devem ser supridas, preferencialmente, por instituições públicas e, prioritariamente, pela modalidade de ensino presencial. Como explicar, então, o forte crescimento das matrículas em cursos de licenciatura ofertados por instituições privadas e pela modalidade de ensino a distância? Optou-se, pela natureza do objeto, por fazer estudo qualitativo exploratório, utilizando-se de fontes teóricas, documentais e de pessoas. Chamam atenção alguns resultados: o desprestígio, a precarização e o envelhecimento da profissão docente; o desconhecimento das políticas de formação de professores; a ausência de protagonismo das IES públicas na formação de professores; a forte presença de IES privadas na oferta e expansão de cursos de formação de professores; a des-responsabilização do Estado pela formação de professores; o avanço da formação de professores pela modalidade a distancia; e a ausência de um sistema nacional de formação de professores minimamente orgânico e articulado.