Perfil epidemiológico da toxoplasmose congênita no estado de Santa Catarina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18593/eba.28575

Palavras-chave:

Epidemiologia, Notificação de doenças infecciosas, Transmissão vertical de doenças infecciosas

Resumo

Introdução: A toxoplasmose é uma doença infecciosa que pode ser transmitida ao feto caso a mulher seja infectada durante o período gestacional. Muitas crianças são assintomáticas ao nascimento, contudo, muitas podem apresentar sequelas graves ao longo da vida. Objetivo: Descrever as informações epidemiológicas da toxoplasmose congênita no estado de Santa Catarina. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, com base em dados secundários oficiais. Foram avalias informações referentes ao período de 2010 a 2020. Resultados: Observou-se uma alta incidência de toxoplasmose congênita, especialmente nas regiões da Foz do Itajaí, Nordeste e Planalto Norte, e da Grande Florianópolis, com incidências de 8,79, 6,04 e 5,02 casos por 10.000 nascidos vivos, respectivamente. Salienta-se a presença de alta incidência entre indígenas, com 3,3 casos a cada 100 nascidos vivos. Conclusões: Apesar do progresso em relação à notificação e monitoramento da toxoplasmose gestacional e congênita no estado catarinense, foram identificadas falhas no processo de notificação do recém-nascido, consequentemente, com perda de acompanhamento e tratamento. Em função da alta incidência da toxoplasmose gestacional e congênita, recomenda-se a introdução de medidas educacionais para orientação dessa população. Destaca-se a necessidade de atenção à população indígena.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Patrícia Emanuella Ramos Marzola, Universidade do Sul de Santa Catarina

Mestra em Ciências da Saúde.

Betine Pinto Moehlecke Iser, Universidade do Sul de Santa Catarina

Doutora em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Aline Daiane Schilindwein, Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina

Doutora em Biotecnologia e Biociências pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Referências

Kota AS, Shabbir N. Congenital Toxoplasmosis. 2021 Jun 29. In: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021. In: PMID 31424812.

Brasil, Ministério da Saúde. Protocolo de notificação e investigação: Toxoplasmose gestacional e congênita. Brasília: Ministério da Saúde; 2018. [Internet] [acesso em 2021 Fev 1]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_notificacao_.

Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE). Notificação Individual. [Internet] [acesso em 2021 Fev 1]. Disponível em: http://200.19.223.105/cgi-bin/dh?sinan/def/notindiv.def.

Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE). Nascidos Vivos. [Internet] [acesso em 2021 Fev 1]. Disponível em: http://200.19.223.105/cgi-bin/dh?sinasc/def/sinasc.def.

Fletcher R. Epidemiologia clínica: elementos essenciais. 5a ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.

Tourdjman M, Tchéandjieu C, De Valk H, Goulet V LSY. Séroprévalence de la toxoplasmose chez les femmes enceintes en France : évolution entre 1995 et 2010 et facteurs associés. Bull Epidemiol Hebd. 2015;264-72. [Internet] [acesso em 2021 Fev 1]. DOI: 10.3166/bspe-2019-0078. DOI: https://doi.org/10.3166/bspe-2019-0078

Brasil. Ministério da Saúde. Nota Técnica nº 14/2020-COSMU/CGCIVI/DAPES/SAPS/MS; 2020. [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/July/29/SEI-MS---0014746811---Nota-T--cnica--1-.pdf.

Martin S. Congenital toxoplasmosis. Neonatal Netw. 2001 Jun;20(4):23-30. [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. doi: 10.1891/0730-0832.20.4.23. DOI: https://doi.org/10.1891/0730-0832.20.4.23

Jones JL, Dargelas V, Roberts J, Press C, Remington JS, Montoya JG. Risk for toxoplasma gondi Infection in the United States. Clin Infect Dis. 2009;49(6):878-84. [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. doi: 10.1086/605433. DOI: https://doi.org/10.1086/605433

Antinarelli LMR, Silva MR, Guimarães RJP, Terror MS, Lima PE, Ishii JSC, et al. Rural residence remains a risk factor for toxoplasma infection among pregnant women in a highly urbanized brazilian area: a robust cross-sectional study. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2021 Aug 2;115(8):896-903. [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. doi: 10.1093/trstmh/traa153. DOI: https://doi.org/10.1093/trstmh/traa153

Garnelo L, Horta BL, Escobar AL, Santos RV, Cardoso AM, Welch JR, et al. Avaliação da atenção pré-natal ofertada às mulheres indígenas no Brasil: achados do primeiro inquérito nacional de saúde e nutrição dos povos indígenas. Cad Saude Publica. 2019 Aug 19;35(3):e00181318. [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. doi: 10.1590/0102-311X00181318. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00181318

American Academy of Pediatrics. Report of the Committee on Infectious Diseases. In: Kimberlin DW, Brady MT, Jackson MA, Long SS (editores). Red Book. 31a ed. Itasca: American Academy of Pediatrics; 2018.

Prusa AR, Kasper DC, Pollak A, Gleiss A, Waldhoer T, Hayde M. The Austrian toxoplasmosis register, 1992-2008. Clin Infect Dis. 2015 Jan 15;60(2):e4-10. . [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. doi: 10.1093/cid/ciu724. DOI: https://doi.org/10.1093/cid/ciu724

Nissen J, Jokelainen P, Rune Stensvold C, Trevisan C, Fuchs J, Sølvsten Burgdorf K, et al. The disease burden of congenital toxoplasmosis in Denmark, 2014. PLoS One. 2017;12(5):e0178282. . [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. doi: 10.1371/journal.pone.0178282. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0178282

Brasil. Ministério da Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. Vol. 2. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. . [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_v2.pdf.

Brasil. Lei nº 14.154, de 26 de maio de 2021. Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para aperfeiçoar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), por meio do estabelecimento de rol mínimo de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho; e dá outras providências. . [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.154-de-26-de-maio-de-2021-322209993.

Santa Catarina. Secretaria de Estado da Saúde. Sistema Único de Saúde. Superintendência de Vigilância em Saúde. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Nota Técnica Conjunta n° 008/2019 DAPS/DIAF/DIVE/LACEN. . [Internet]. [acesso em 2021 Fev 1]. Disponível em: https://dive.sc.gov.br/notas-tecnicas/docs/Nota_tecnica_toxoplasmose_versao_07_11-19.pdf.

Downloads

Publicado

16-12-2021

Como Citar

Marzola, P. E. R., Iser, B. P. M., & Schilindwein, A. D. (2021). Perfil epidemiológico da toxoplasmose congênita no estado de Santa Catarina. Evidência, 21(2), 85–94. https://doi.org/10.18593/eba.28575

Edição

Seção

Saúde