Incidência da Síndrome de Burnout em policiais militares
Abstract
Introdução: A Síndrome de Burnout afeta trabalhadores que estão em constante contato com pessoas por longas jornadas de trabalho, levando a uma exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional; o indivíduo sente-se infeliz e insatisfeito com sua vida profissional e pessoal. Objetivo: Verificar a incidência da Síndrome de Burnout em policiais militares, identificando variáveis responsáveis por seu desencadeamento, analisando as consequências que essa Síndrome pode trazer para a qualidade de vida do profissional no trabalho. Método: Trata-se de um estudo quanti-qualitativo de caráter descritivo. O instrumento utilizado para a avaliação da síndrome foi o formulário do Maslach Burnout Inventory (MBI), elaborado por Maslach e Jackson em 1978. Concomitantemente, utilizou-se um questionário semiestruturado para melhor compreensão dos fenômenos abordados. A coleta de dados ocorreu entre os meses de julho e agosto de 2017. Resultado: Participaram da pesquisa 72 policiais militares operacionais de três companhias das cidades de Herval d’Oeste, Campos Novos e Capinzal que compõem um batalhão do Meio-Oeste catarinense, totalizando 90% do quadro de policiais. Destes, 90,3% são do sexo masculino, e 9,7% do sexo feminino. Sobre a carga horária trabalhada semanalmente, 73,6% trabalham 40 horas, enquanto os demais trabalham mais. Os resultados obtidos por meio do MBI apontam nível baixo de exaustão emocional (40,3%), nível médio de despersonalização (48,6%) e nível baixo de realização pessoal (69,5%). Os resultados principais não indicam a incidência de Burnout, visto que para o diagnóstico dessa Síndrome é necessária a obtenção de nível alto para exaustão emocional e despersonalização e nível baixo para realização profissional. Entretanto, os resultados alertam para o risco de manifestação da Síndrome, em que se apresentam 34,7% de nível médio e 25% de nível alto de exaustão emocional e 40,3% de nível alto de despersonalização. Fatores como pressão por resultados, risco de morte, trabalho noturno, sono, estresse, ansiedade, falta de valorização profissional, leis que não são cumpridas e trabalhar em feriados e finais de semana estão relacionados com o risco de desencadeamento de Burnout e podem contribuir para que não haja qualidade de vida no trabalho. Conclusão: Este estudo demonstrou que há necessidade de atenção no gerenciamento da situação de saúde dos policiais operacionais. Observou-se que a dinâmica organizacional do trabalho de policiais operacionais gera sobrecarga e tensão ocupacional, sendo necessário monitorar periodicamente a saúde mental e física desses trabalhadores, a fim de desenvolver estratégias que possam reorganizar o processo de trabalho diminuindo as fontes de estresse.
Palavras-chave: Síndrome de Burnout. Policiais Militares. Qualidade de vida.
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References
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