Incidência da Síndrome de Burnout em policiais militares

Autores

  • Ana Paula Pereira UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

Introdução: A Síndrome de Burnout afeta trabalhadores que estão em constante contato com pessoas por longas jornadas de trabalho, levando a uma exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional; o indivíduo sente-se infeliz e insatisfeito com sua vida profissional e pessoal. Objetivo: Verificar a incidência da Síndrome de Burnout em policiais militares, identificando variáveis responsáveis por seu desencadeamento, analisando as consequências que essa Síndrome pode trazer para a qualidade de vida do profissional no trabalho. Método: Trata-se de um estudo quanti-qualitativo de caráter descritivo. O instrumento utilizado para a avaliação da síndrome foi o formulário do Maslach Burnout Inventory (MBI), elaborado por Maslach e Jackson em 1978. Concomitantemente, utilizou-se um questionário semiestruturado para melhor compreensão dos fenômenos abordados. A coleta de dados ocorreu entre os meses de julho e agosto de 2017. Resultado: Participaram da pesquisa 72 policiais militares operacionais de três companhias das cidades de Herval d’Oeste, Campos Novos e Capinzal que compõem um batalhão do Meio-Oeste catarinense, totalizando 90% do quadro de policiais. Destes, 90,3% são do sexo masculino, e 9,7% do sexo feminino. Sobre a carga horária trabalhada semanalmente, 73,6% trabalham 40 horas, enquanto os demais trabalham mais. Os resultados obtidos por meio do MBI apontam nível baixo de exaustão emocional (40,3%), nível médio de despersonalização (48,6%) e nível baixo de realização pessoal (69,5%). Os resultados principais não indicam a incidência de Burnout, visto que para o diagnóstico dessa Síndrome é necessária a obtenção de nível alto para exaustão emocional e despersonalização e nível baixo para realização profissional. Entretanto, os resultados alertam para o risco de manifestação da Síndrome, em que se apresentam 34,7% de nível médio e 25% de nível alto de exaustão emocional e 40,3% de nível alto de despersonalização. Fatores como pressão por resultados, risco de morte, trabalho noturno, sono, estresse, ansiedade, falta de valorização profissional, leis que não são cumpridas e trabalhar em feriados e finais de semana estão relacionados com o risco de desencadeamento de Burnout e podem contribuir para que não haja qualidade de vida no trabalho. Conclusão: Este estudo demonstrou que há necessidade de atenção no gerenciamento da situação de saúde dos policiais operacionais. Observou-se que a dinâmica organizacional do trabalho de policiais operacionais gera sobrecarga e tensão ocupacional, sendo necessário monitorar periodicamente a saúde mental e física desses trabalhadores, a fim de desenvolver estratégias que possam reorganizar o processo de trabalho diminuindo as fontes de estresse.

Palavras-chave: Síndrome de Burnout. Policiais Militares. Qualidade de vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Paula Pereira, UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina

Mestre em Biociências e Saúde (2016), Especialista em Comportamento Humano nas Organizações (2007), Especialista em Gestão de RH (2001), Graduada em Psicologia (1999) pela Universidade do Oeste de Santa Catarina. Atualmente professora no Ensino Superior e Assessora da Coordenação do Curso de Medicina da UNOESC - Campus Joaçaba. Também atua como Psicóloga Consultora nas áreas de Psicologia Organizacional e do Trabalho em Empresas Públicas e Privadas. Experiência na área de Psicologia, com ênfase em Saúde do Trabalhador, Clima Organizacional, Recrutamento e Seleção de Pessoal, Treinamento e Desenvolvimento, Avaliação Psicológica, atuando principalmente nos seguintes temas: Comportamento humano, gestão de pessoas, clima organizacional, cultura organizacional, acompanhamento psicológico, avaliação psicológica, saúde e desenvolvimento.

Referências

BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. MBI – Maslach Burnout Inventory e suas adaptações para o Brasil. In: REUNIÃO ANUAL DE PSICOLOGIA, 32., 2001, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2001. p. 84-85.

DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez; Oboré, 1992.

GONÇALVES, S. J. C.; VEIGA, A. J. S.; RODRIGUES, L. M. S. Qualidade de vida dos policiais militares que atuam na área da 2ª cia do 10° batalhão militar. Revista Fluminense de Extensão Universitária, Vassouras, v. 2, n. 2, p. 53-76, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://www.uss.br/pages/revistas/revistafluminense/v2n22012/pdf/005_Qualidade_de_Vida_dos_Policiais_Sebastiao.pdf>. Acesso em: 27 maio 2017.

GUIMARÃES, L. A. M. et al. Síndrome de Bournout e qualidade de vida de policiais militares e civis. Revista Sul Americana de Psicologia, v. 2, n. 1, jan./jun. 2014. Disponível: em: <http://revista.unisal.br/am/index.php/psico/article/viewFile/32/44>. Acesso em: 27 maio 2017.

MAYER, V. M. Síndrome de Burnout e qualidade de vida profissional em policiais militares de Campo Grande-MT. Campo Grande, 2006.

ZANIN, C. E. Síndrome de Burnout: a exaustão profissional ameaçando o bem-estar dos motoristas do transporte da saúde. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) – Universidade do Oeste de Santa Catarina, São Miguel do Oeste, 2016. Disponível em: <http://pergamum.unoesc.edu.br/pergamumweb/vinculos/00001d/00001de5.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2017.

Downloads

Publicado

2018-03-21

Como Citar

Pereira, A. P. (2018). Incidência da Síndrome de Burnout em policiais militares. Anais De Medicina. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/15961

Edição

Seção

Resumos