AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE FERRO E FERRITINA E SUA RELAÇÃO COM O PROCESSO INFLAMATÓRIO EM PACIENTES EM HEMODIÁLISE
Resumo
A insuficiência renal é caracterizada pela diminuição da função renal na presença de lesão renal obrigando o paciente a fazer um tratamento de substituição renal denominado hemodiálise. Frequentemente, pacientes em tratamento hemodialítico apresentam inflamações agudas ou crônicas, as quais acarretam alterações em marcadores inflamatórios como ferritina, que, por sua vez, pode modificar parâmetros relacionados ao metabolismo do ferro. Esta pesquisa caracterizou-se por um estudo transversal com 46 pacientes portadores de doença renal crônica, em hemodiálise, provenientes da Clínica Renal do Extremo-Oeste catarinense na cidade de São Miguel do Oeste, SC. As amostras de sangue foram coletadas antes das sessões de hemodiálise e posteriormente foram realizadas dosagens séricas de ureia, creatinina, PCR-us, ferro e ferritina. A média de creatinina encontrada nos homens foi de 8,8 mg/dL e nas mulheres de 8,5 mg/dL (p=0,56), e as médias de ureia foram 191 mg/dL (homens) e 165 mg/dL (mulheres) (p=0,40). Observou-se uma concentração sérica de ferro para os homens de 57,2 mg/dL e para as mulheres de 52,3 (p=0,29); já a concentração sérica de ferritina para os homens foi de 274,0 e para as mulheres de 376,0 (p=0,07). As dosagens de PCR-US para os homens mostraram uma média de 6,8 mg/L e para as mulheres de 5,6 mg/L (P=0,79). Observou-se uma correlação positiva e significativa entre as determinações de PCR-US e ferritina (p= 0,001, r = 0.4474) e uma correlação significativamente negativa entre os valores de ferro e PCR-US (p= -0,04, r = -0.3003). Desse modo, constatou-se que pacientes com doença renal crônica e em hemodiálise podem desenvolver inflamação com um aumento significativo das proteínas de fase aguda da inflamação PCR-US e ferritina e consequente déficit funcional do ferro.
Palavras-chave: Ferro. Ferritina. Femodiálise. Inflamação.