AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA ENZIMA COLINESTERASE EM AMOSTRAS DE SALIVA DE FUMICULTORES
Resumo
A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de três milhões de pessoas sofram de intoxicações agudas por agrotóxicos; fumicultores estão em contato permanente com organofosforados, os quais provocam inibição da atividade da enzima colinesterase e graves efeitos sobre a saúde desses trabalhadores. Neste estudo avaliou-se a atividade da enzima colinesterase em amostras de saliva de fumicultores e de marcadores renais e hepáticos para verificar a intoxicação ocupacional por exposição excessiva aos agrotóxicos durante o período de cultivo do fumo. Foram pesquisados 53 plantadores de tabaco de ambos os sexos, para os quais foi aplicado um questionário e coletadas amostras de saliva e sangue antes e após o plantio do fumo. Observou-se que 73,91% dos pesquisados já entraram em contato direto com o agrotóxico, em especial a pele, 60,8% dos agricultores não fazem uso adequado dos EPIs e a maioria afirma já ter sentido sintomas como náuseas, dor de cabeça e tontura após a exposição. Em relação à expressão salivar da colinesterase, as médias encontradas foram: na primeira coleta, de 2959 U/L ± 58.0 e na segunda, de 2284 U/L ± 25.1 (p<0,0001), ressaltando o contato dos produtores com os agrotóxicos; isso também foi observado com a creatinina, nas enzimas hepáticas AST e ALT não foram observadas diferenças significativas entre as coletas. Portanto, neste estudo evidenciou-se um descaso por parte dos agricultores quanto ao uso de EPIs durante o preparo, manuseio e aplicação dos agrotóxicos e a dosagem da colinesterase salivar pode ser uma alternativa eficiente para a monitoração à exposição aos agrotóxicos, sendo mais uma alternativa prática e eficaz para auxiliar na detecção de intoxicações por organofosforados.
Palavras-chave: Agrotóxicos. Organofosforados. Colinesterase. Agricultores.